17.08.2021 - EM Saúde e Bem-Estar

Coordenação

"Área de ortopedia foi responsável por manter o sonho da jovem dançarina"

Natalie Lima Lass dos Santos tem 20 anos de idade. Filha de bailarina, desde pequena frequentava as apresentações da mãe. Um dia viu as meninas dançando na escola, se encantou e aos três aninhos pediu para começar a praticar ballet. Hoje é profissional e poderia ter a promissora carreira interrompida devido a um problema no joelho.

Médicos de diferentes hospitais tentaram convencê-la a parar de dançar, até que ela procurou a ortopedia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) e isto mudou a sua história. “Foi o único lugar que descobriu a exata causa das minhas dores no joelho. Outros médicos colocavam a culpa na dança mas não diagnosticaram de fato o que estava causando o problema”, lembra Natalie.

A paixão pelo ballet começou a ganhar mais força aos 13 anos, quando ela passou a se apresentar em festivais de dança, inclusive em outros estados. Aos 15 entrou para Companhia de Ballet da Escola Dom - foi quando passou também a praticar Jazz e sentiu que o seu destino estaria ligado à dança.

“Passei a levar a dança muito a sério e a dedicação começou a dar resultado, com apresentações em outros estados, em festivais maiores. Conheci lugares diferentes. Decidi que era isso que eu queria para minha vida”.

Natalie tem, desde que nasceu, pouca cartilagem no corpo, fato detectado ainda na adolescência. A condição dela em conjunto com tanta dedicação acabou forçando a musculatura e as articulações. Começou a sentir dificuldades no joelho esquerdo em 2016 – ano que passou a fazer aulas todos os dias e se tornou professora de ballet infantil.

“É uma rotina muito intensa, então a musculatura vai cansando. A partir de 2017, comecei a ir a médicos para tratar das dores”.

Susto

Foi quando veio o susto. Alguns médicos de outros hospitais chegaram a dizer para ela parar de dançar. “Eu procurei muitos médicos para ter outras opiniões e continuaram dizendo para eu parar. Isso significaria o fim da Natalie, não consigo nem imaginar ficar sem a dança”, ressalta.

As lesões então se tornaram mais frequentes. “Toda vez que eu me machucava ia a outros hospitais de emergência, fazia ressonâncias, radiografias e não detectavam nada. Teve um médico que chegou a dizer que devia ser frescura minha”, lembra com tristeza.

Parar de dançar não era uma opção aceitável para ela. Desde 2018, Natalie também dá aulas de jazz para adultos, além do ballet infantil. O significado da dança para ela fica até difícil de explicar com palavras.

“Dançar me proporciona a forma mais verdadeira de me expressar. Existem coisas que não tenho como falar e através do meu corpo, pela dança eu transmito mensagens que falando eu jamais conseguiria”, salienta.

Indicação

Após diversas decepções em consultas, um fato mudou o rumo dos acontecimentos. Um amigo, atleta de vôlei, indicou o HUEM para Natalie. “Ele estava fazendo um tratamento no joelho e elogiou bastante. E ele tinha razão, desde o primeiro contato fui muito bem atendida. E iniciei um tratamento específico para o meu joelho”, conta ela.

Durante um ano, a equipe do ortopedista Dr. Fernando Rosa tentou fazer o tratamento à base de medicação e reforço da musculatura para a patela que luxava com frequência. Porém não foi suficiente, pois, como a patela saía do lugar persistentemente, foi optado pela opção cirúrgica para resolver a situação.

A cirurgia ocorreu em agosto de 2019 e gerou apreensão na bailarina, em especial pelo tempo de recuperação, normalmente de seis meses a um ano. “Ficar um ano sem dançar era algo que me assustava. Porém minha musculatura respondeu de uma forma positiva e em três meses eu já estava dançando”, diz, orgulhosa.

A cirurgia foi realizada por meio da reconstrução ligamentar, com âncoras metálicas, fios de alta resistência e parafuso para fixação. Porém, menos de um ano após o procedimento, com a diminuição do edema local, reforço muscular e o excesso de impacto, o parafuso começou a ficar saliente e os fios de alta resistência passaram a incomodar na pele.

Após fazer radiografias e outras avaliações ela precisou passar por nova cirurgia para remover o parafuso e o fio de alta resistência, pois, como já havia passado o processo de cicatrização, poderiam ser retirados.

Natalie afirma que agora está com o joelho 100% recuperado, conseguindo desempenhar tudo que aprendeu e aprimorou em todos estes anos de prática de ballet e jazz. A jovem está fazendo um acompanhamento com consultas mensais no ambulatório do HUEM, com o ortopedista Dr. Fernando Rosa e a equipe multidisciplinar, composta pelo Dr. Luca Sato, Marcos Vanzin, Dr. Pedro Murara e Dr. Francisco Assis Pereira Filho, chefe da ortopedia.

“São muito importantes o tratamento adequado e o apoio ao profissional de alta performance, seja bailarina ou atleta, sempre ouvindo o feedback deles, pois não é só a primeira consulta, muitas vezes precisa voltar, ver algo que está incomodando, então nós deixamos sempre as portas abertas para fazer o acompanhamento da melhor maneira possível”, explica Fernando.

Gratidão

A jovem bailarina reconhece a importância do hospital em sua trajetória. “Sou muito grata porque a equipe foi sempre positiva, reforçando que eu ia conseguir, que eu continuaria dançando. Após tantos nãos que eu recebi, aqui eu encontrei pessoas que me deram forças e condições de seguir exercendo a minha paixão, que é a dança”, diz, emocionada.

Dr. Fernando Rosa destaca a gratidão do profissional em colaborar com a continuidade de uma prática esportiva. “É gratificante para a equipe médica saber que os pacientes conseguiram retornar ao mesmo nível de rendimento de antes da lesão. Nem todos conseguem, mas ficamos muito contentes quando é possível”, afirma.

Segundo ele, cerca de 30% dos atletas que lesionam o joelho acabam se aposentando e outros 50% passam a performar um nível abaixo. “Por isso estamos sempre pesquisando, nos atualizando para oferecer o que há de melhor para estas pessoas que precisam desempenhar alto rendimento. Fazemos o possível para não encurtar o sonho de um atleta ou interromper uma carreira que poderia ser brilhante”, finaliza o ortopedista.


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