19.10.2023 - EM Esporte

Coordenação

"Apesar de jovem, a atleta compreende as vitórias são conquistadas a partir do trabalho em equipe  "

Mesmo que o apreço pelos esportes venha desde cedo, Alice Tenório, 17, não queria praticá-los desacompanhada. No entanto, foi a busca pelo convívio social que a levou a conhecer o Nado Artístico. Hoje, acumulando pódios, ela cursa o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília (CPMB), uma instituição que apoia o desempenho da estudante no esporte.

Um pouco constrangida e tropeçando nas palavras, mas ainda assim, sorrindo, a nadadora reconhece as motivações. “Eu fiz algumas aulas de balé, sou atleta de natação desde cedo, sempre gostei de dançar, de ouvir música e, além de estar com colegas tão queridas, o melhor de tudo é poder unir isso em um esporte que aprecio”, disse. 

As amizades e a socialização podem ser citadas como as principais características da prática esportiva da jovem. Qualidades essas que são essenciais à modalidade, visto que as apresentações, em determinadas categorias, consistem em uma performance executada em movimentos harmônicos dentre todos os membros do time, combinando conceitos de natação, ginástica e dança. 

“Apesar do esforço pessoal, é preciso compreender que o trabalho acontece em conjunto. O nado não funciona com o atleta sozinho”, adverte Alice. “A sincronia não deve ser apenas entre a sua dança e o ritmo da música, mas precisa também que ela esteja conciliada com as ações da equipe. A consciência não se restringe ao individual já que o sucesso será coletivo. O ganho é de todos”, orientou. 

Carreira vitoriosa

Mesmo que tenha iniciado aos 11 anos de idade, a carreira de Alice já conta com diversas premiações na galeria de troféus. Só nesse ano, foram diversos os títulos conquistados por ela. 

Em maio, por exemplo, foi a vez de triunfar com a segunda colocação no Solo Técnico Júnior,  durante o Campeonato Brasileiro de Nado Artístico Júnior e Sênior. A competição aconteceu no Parque Aquático Júlio de Lamare, no Rio de Janeiro. 

Em julho, durante o Open Cancun Open de Nado Artístico, no México, a equipe do Mackenzie, representando o Brasil, trouxe para casa 3 medalhas de ouro, 1 de prata e 1 de bronze - sendo esta última conquistada pela própria Alice e sua colega no dueto júnior.

Sobre a competição mais recente, ela relembra: “em setembro, também estive no Sul Americano Juvenil e Júnior, pela Seleção Brasileira. Lá, na categoria júnior, ganhei em primeiro lugar nas provas de equipe tech e livre; e também alcancei a segunda colocação na rotina combinada”, comenta ela. 

Resiliência e adaptação para chegar ao objetivo

Questionada sobre quais são as maiores dificuldades do nado, a atleta, de prontidão, confirma “a mudança”. Para ela, “há um certo desafio em lidar com a mudança. Ela não tem previsão, vem de supetão e exige que você refaça os planos”, argumentou.

Alice comentou ainda que não é incomum que a equipe tenha de se transformar para adequar uma coreografia dias antes da apresentação. Mesmo que os passos já estivessem sendo ensaiados há semanas, os treinadores orientam que partes da performance sejam reajustadas caso verifiquem o risco de acontecer algum problema no número oficial. 

Nesses momentos, a persistência e a resiliência são necessárias para que o nadador não perca o foco no objetivo. Ter em mente que há um propósito faz com que a paciência seja exercitada a cada treino, uma prática presente de um esporte que exige tanta concentração. 

“Necessitamos de frieza. No nado, acontecem muitas coisas ao mesmo tempo. Temos de estar atentas à coreografia, à sincronia do grupo e à música escolhida, tudo isso enquanto ignoramos os barulhos do público e nos esforçamos em manter os olhos abertos, como orientam as regras. Trata-se então da serenidade de continuar nadando mesmo com tudo isso rolando”, definiu. 

Para o futuro, Alice deseja dedicar-se aos estudos, tendo as conquistas e a desenvoltura no esporte como um diferencial para conseguir bolsas no exterior. Como conselho a quem está começando, ela conclui:

“‘Perseverança’ é uma palavra que precisa ficar na mente dos novatos. É insistir e não desistir. Se em um dia não deu certo, você precisa estar preparado fisicamente e emocionalmente para crer que conseguirá na próxima. Cada dia será mais um passo em direção ao pódio.”, afirmou.