29.11.2018 - EM Atualidades

Coordenação

"Professor do Mackenzie analisa pontos críticos do encontro"

Neste sábado, 01 de dezembro, Buenos Aires (Argentina) receberá o encontro da Cúpula do G20, quando os líderes das maiores economias globais se reúnem para discutir temas de relevância para o mundo. Esta é a primeira vez que o encontro ocorre na América do Sul. Arnaldo Francisco Cardoso, professor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) afirma que o presidente Michel Temer, por estar em fim de mandato, estará com pouca capacidade de negociação na reunião deste ano.

“Além disso, as sinalizações do novo governo em modificar acordos, e até mesmo abandonar compromissos – a exemplo do cancelamento do Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 25) em 2019, que ocorreria aqui no Brasil – demonstram que Temer não poderá assumir muitos compromissos, já que estes estarão sob novo comando em breve”, completa o professor.

Em entrevista concedida à Rádio Sputnik Brasil, veiculada em 28 de novembro, Cardoso afirma ainda que há 10 anos havia uma disposição muito grande para a cooperação internacional e para essa compreensão de que os problemas precisam ser tratados conjuntamente, mas o cenário mudou. “Na verdade, hoje, há uma inversão dessa disposição. Temos visto muito mais a preferência dos governos por negociações bilaterais, o que de certa forma enfraquece muito os fóruns e encontros como o do G20”, pontua.

Ele destaca ainda que o enfrentamento entre EUA e China pode dominar o tom da reunião, mas há outros diálogos ocorrendo em diferentes espaços de poder, “como por exemplo as negociações entre Rússia, China e Índia, três grandes economias mundiais que mostram movimentações significativas desde operações técnico-militares até agricultura”, enfatiza ele.

De uma maneira ou de outra, é necessário ficar atento aos movimentos e prestar atenção à política interna e externa. O próximo encontro do G20 ocorrerá em 28 e 29 de junho em Osaka, no Japão.