09.12.2020 - EM Mundo

Coordenação

"Estudo sobre técnica que permite colocar átomos de ouro individuais sobre superfície foi desenvolvido junto a pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual da Pensilvânia  "

Os pesquisadores do Instituto Mackenzie de Pesquisas Avançadas em Grafeno e Nanotecnologias (MackGraphe), e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais e Nanotecnologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Christiano de Matos, Camila Maroneze e Leandro Seixas, tiveram artigo divulgado pela Science Advances, importante revista científica publicada pela American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência, em português).  

O estudo foi realizado em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), e contou com apoio da FAPESP, CAPES-Print, e INCT Nanocarbono. 

A proposta da pesquisa é o desenvolvimento de uma nova técnica que permite manter átomos de ouro isolados e imobilizados, em condições ambientes, sobre a superfície de um cristal de dissulfeto de molibdênio (MoS2), um material bidimensional como o grafeno. 

De acordo com o professor Christiano de Matos, “esse processo é extremamente difícil visto que, em condições ambientes, os átomos de ouro tendem a se aglomerar. O ouro é um metal nobre, com variadas qualidades bastante atraentes, como uma excelente condutividade elétrica e uma enorme resistência à oxidação”, afirma ele.  

“Já se sabe há algum tempo que, a medida em que se reduz o tamanho de uma esfera desse metal para um tamanho de poucos bilionésimos de metro (ou nanômetros), suas propriedades óticas e elétricas se alteram significativamente. No entanto, a demonstração de total controle sobre esse material requer a capacidade de se imobilizar átomos isolados”, adiciona de Matos.  

Com a técnica apresentada no estudo, este controle foi demonstrado tanto por métodos computacionais como em laboratório, o que levou a uma melhora do desempenho de dispositivos eletrônicos. O controle na obtenção de materiais bidimensionais com átomos metálicos em sua superfície promete, ainda, diversas outras aplicações interessantes, em áreas como biomedicina, sensoriamento químico, catálise e fotônica. 

Para o professor de Matos, a publicação é muito positiva para a imagem do MackGraphe, do Mackenzie, e para a UPM, já que “se trata de uma revista de grande prestígio internacional, sendo do mesmo grupo da revista Science, e que reforça a posição da Instituição no cenário da produção científica na área de nanomateriais”, conclui. 

Sobre o MackGraphe 

Fundado em 2013, o MackGraphe é um instituto de pesquisa, desenvolvimento e inovação especializado em grafeno e materiais bidimensionais, formado por pesquisadores e alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Localizado em São Paulo-SP, tem por objetivos gerar conhecimento, formar pessoal técnico qualificado e desenvolver projetos de PD&I com o setor produtivo, atuando nas áreas de nanomateriais, nanotecnologia, caracterização avançada, gestão e mercado, através de encomendas tecnológicas e prestação de serviços.