Cavaleiro das Américas: sonho, planejamento e realização
28 de março de 2019 | Cultura Esportes Mundo Colégios Campus Higienópolis Destaque
“Se você tiver um sonho, uma meta, mesmo que seja a coisa mais difícil do mundo, não desista. Antes de eu sair para minha jornada, as pessoas falavam que eu não iria conseguir, que era impossível. Entretanto, com foco, força e fé, nada é impossível”. Essa é a mensagem de Filipe Masetti Leite, mais conhecido como o Cavaleiro das Américas, que esteve em 27 de março no auditório Ruy Barbosa do Mackenzie, em São Paulo, palestrando para os alunos do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) sobre motivação, dentro do programa Educar para a Vida, da Instituição.
Leite contou aos estudantes a respeito de sua aventura de dois anos na qual percorreu 16 mil km a cavalo, saindo do Canadá e chegando ao Brasil. “É uma honra imensa estar em uma escola tão importante para contar como realizei o sonho da minha vida. Uso essa jornada como exemplo para os jovens, de trabalho em equipe, porque tive de atuar com meus cavalos (Frenchie, Bruiser e Dude); de relacionamento e descobertas, com as pessoas das 12 nações que cruzei, que me ajudaram e acabaram sendo minha equipe também”, revela.
O cavaleiro diz que sua viagem exigiu um foco muito grande em planejamento estratégico, pois passou dois anos reunindo informações de como viajar a cavalo, traçando rotas, fazendo contatos. “O planejamento estratégico é vida ou morte para quem encara um desafio como esse”. O tema maior, no entanto, trabalhado com os alunos, foi exatamente o sonho. “A vida é sobre a importância de se ter um sonho, mas não estacionar apenas na ideia, e sim planejar para poder executar”, afirma.
Leite compara sua jornada repleta de dificuldades como ir à guerra. “O começo foi muito difícil, não apenas pelo planejamento, as pessoas não acreditavam em mim porque eu não tinha cavalo, não tinha ferradura, não tinha dinheiro, não tinha nada. Outra grande dificuldade da viagem é sempre a saúde dos meus ‘filhos’, meus três cavalos”, lembra.
Para ele, que passou por ambientes inóspitos e variados, como desertos, montanhas, precisou cruzar rios, enfrentou terremotos, neve e chuva, o bem-estar dos animais era uma preocupação constante. “Você tem de achar comida para os cavalos, achar um lugar para dormirem, achar água, é sempre a maior dificuldade”, enfatiza.
Sobre o início deste sonho que muitos consideram maluco, o viajante diz que foi uma história que mudou sua vida. “Quando eu era criança, meu pai me contava a história do Aimé Félix Tschiffely, um argentino nascido na Suíça que, em 1925, viajou a cavalo de Buenos Aires (Argentina) até Nova York (EUA) e escreveu um livro muito bonito contando essa trajetória. Aquele menino ali no interior de São Paulo não conseguiu tirar a história da cabeça e do coração”, confessa.
Aos nove anos de idade, a família de Leite se mudou do interior de São Paulo para o Canadá e sua vida se transformou completamente. “Foi uma transição gigante que me ajudou a ser quem eu sou hoje. Mas a história do viajante nunca saiu de mim. Conforme fui ficando mais velho, a ideia aumentou, até que um dia o sonho virou um projeto e agora é uma realidade”.
E o viajante tem outras aventuras para contar? Sem dúvida. Após realizar sua primeira jornada e escrevê-la no livro “O Cavaleiro das Américas”, que lhe deu sua a alcunha, Leite realizou uma segunda jornada, de Barretos (Brasil) até Ushuaia (Argentina). “Foi muito difícil, fiquei sete meses na Patagônia, peguei temperaturas de menos 16 graus. Para quem nunca foi à Patagônia, eu brinco que se o Céu e o Inferno pudessem coexistir em perfeita harmonia, seria ali. Porque é um lugar espetacular em termos de beleza, porém muito complicado de sobreviver. Vento, frio, solidão, montanhas gigantes. Graças a Deus, cumpri mais esse sonho, e agora estou escrevendo esse novo livro para contar essa nova jornada”, adianta.
Após o lançamento do livro, Leite tem a intenção de se preparar para uma nova saga. Ele pretende realizar mais uma viagem intensa, cruzando a América do Norte de Leste a Oeste.
Sobre o Cavaleiro
Filipe é jornalista pela Ryerson University, de Toronto (Canadá), e escreve para diversos veículos no Canadá e também no Brasil. Ele já fez trabalhos para a TV Omni, Rádio CBC e Rede Globo. Durante sua primeira aventura, filmou, editou e publicou 90 episódios da viagem.
A jornada ainda lhe rendeu homenagem, em 2014, com duas estátuas dele e de seus três cavalos. Uma está no Parque do Peão de Barretos e a segunda no parque de exposição de Londrina. O cowboy também tem seu primeiro par de botas, que usou na viagem, em exposição no maior museu de sapatos do mundo, o Bata Shoe Museum, em Toronto.
Para saber mais sobre seus livros, série e aventuras, acesse o site do Cavaleiro das Américas.
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