Escravidão e Abolicionismo através dos selos
21 de novembro de 2018 | Cultura Ética e Cidadania Pesquisa e Inovação Instituto Universidade Destaque
A Filatelia vai além da simples arte de colecionar selos, ela resgata parte da história humana, ressalta seus movimentos políticos, sociais, econômicos, legislativos e artísticos, preservando na memória dos selos aquilo que muitos viveram na prática, e no mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o tema foi abordado dessa perspectiva. Maurício Melo de Meneses, membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), em palestra durante o Simpósio Protestantismo, Escravidão e Abolicionismo, que ocorreu no campus Higienópolis do Mackenzie em 08 de novembro, apresentou tal história da escravidão e abolicionismo através dos selos em sua palestra Caminhos da Liberdade.
Meneses destacou tópicos importantes da narrativa brasileira ao longo dos séculos que foram registrados em selos comemorativos e históricos que trazem fatos desde antes da abolição até o momento em que a Lei Áurea foi assinada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. O especialista ainda ressaltou o importante papel do Mackenzie durante todo o processo de libertação dos escravos ao aceitar não apenas os filhos de abolicionistas que sofreram retaliações em escolas públicas, mas também filhos de escravos para oferecer uma educação de qualidade a todos, sem fazer distinção de cor, raça, credo, ou classe social, mostrando a participação da fé reformada também neste percurso histórico.
“O longo e difícil processo de abolição se viu vitorioso em 13 de maio de 1888. Durou quase quatro séculos e escravizou milhões no Brasil, que foi o último país das Américas a abolir a escravatura. Foi apenas depois da libertação que o país conseguiu, enfim, em 15 de novembro de 1889, a Proclamação da República”, pontua ele.
O pesquisador enfatiza que houve uma participação da fé reformada no processo abolicionista. “Um papel que só não teve mais destaque porque o Brasil era dominado apenas pela fé católica no período. Nossos precursores, como Chamberlain, sempre foram contrários à escravidão, mas sofriam também perseguições ao se posicionarem desta maneira, mas isso não os impediu de atuar, incluindo por meio de artigos nos jornais evangélicos da época”.
Painel
A pesquisa de Meneses resultou em um painel histórico formado por cerca de 50 selos e carimbos que remontam à narrativa brasileira neste ponto, a do Mackenzie e importância da fé reformada. “Foram mais de 100 horas empregadas na pesquisa e no estudo histórico dos selos para a composição deste painel, o qual teve distribuição gratuita de 300 cópias em tamanho A-3 aos alunos e visitantes do Simpósio”, diz.
Como Membro da Academia Mackenzista de Letras (AML), ocupando cadeira cujo patrono é Dom Pedro II, o conselheiro relembra que o Mackenzie foi a primeira escola brasileira que deu espaço para pobres e negros em suas salas. Segundo ele, esse posicionamento é parte do foco da fé reformada, que já tinha em seu cerne a questão da educação e da alfabetização para todos, sem discriminação.
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