Uso de smartphones: qual o limite entre o uso consciente e o vício?
17 de junho de 2020 | Atualidades Cotidiano Pesquisa e Inovação Colégios Destaque
Uma pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas mostrou que, no Brasil, há mais smartphones ativos do que pessoas. São 220 milhões de aparelhos para 207,6 milhões de habitantes.
Segundo o pesquisador Adam Alter*, Ph.D. em Psicologia pela Princeton University, existem algumas razões que justificam a dependência das pessoas pelos celulares. De acordo com ele, a primeira seria o fato de esses aparelhos estarem amplamente disponíveis.
A segunda razão é a existência de características psicológicas inerentes à experiência de usar o celular que nos prendem a ele, como a ausência de sinais que indicam que devemos interromper algum comportamento. Diferentemente de ler um livro ou assistir à TV, onde há indicativos de pausas, como o fim de um capítulo ou intervalos para a veiculação de comerciais, ao usar o celular no Instagram ou Facebook podemos rolar por horas sem fim.
O terceiro motivo, segundo o pesquisador, seria a quantidade de recompensas que o eletrônico nos traz durante o dia, como likes, mensagens, comentários e o recebimento de fotos, por exemplo. De acordo com Adam Alter, essas recompensas nos propiciam doses pequenas de satisfação, devido à liberação de dopamina, o neurotransmissor do prazer.
De acordo com Tathiana Machado de Queiroz, orientadora educacional da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) São Paulo, os jovens passam, em média, de seis a sete horas por dia conectados, ou até mais. Se considerarmos esse tempo projetado na vida, haveria uma estimativa de cerca de 11 a 15 anos conectados a uma tela durante a vida inteira! Quais seriam as soluções para que houvesse uma dosagem melhor nesse hábito e, assim, os pais conseguirem proporcionar aos filhos mais qualidade de vida?
“Primeiramente, é importante reconhecer que a nossa vida seria mais difícil sem tecnologia, por isso, ter controle não significa extinguir os smartphones dela. O maior desafio está em observar e ponderar o uso e a sua frequência e de que forma isso está interferindo na nossa vida”, afirma Tathiana. Essa ponderação, segundo ela, deve partir dos pais e dos filhos. “A Disciplina Positiva se baseia no princípio do respeito mútuo, portanto, não adianta os pais questionarem o uso excessivo dos celulares, se eles próprios se mostram dependentes. Por isso, é importante que os responsáveis exerçam uma escuta ativa, ouvindo a opinião do filho, sem sermão ou punição”, sugere.
A orientadora educacional avalia que essa reflexão pode levar a uma comunicação eficiente entre pais e filhos. “Façam combinados sobre o tempo do uso do celular, se proponham a deixá-los guardados durante as refeições. As pessoas que conseguem fazer isso relatam ter experiências mais ricas de interação. Incentive a autodisciplina e o autocontrole do adolescente”, aconselha.
Outra recomendação de Tathiana seria a busca por alternativas viáveis que possam substituir a distração oferecida pelos celulares. “Os pais podem propor desde a meditação ou a prática de exercícios, até a leitura e jogos em família. É muito difícil fazer isso quando se tem os celulares disponíveis, porém, quando se propõe com antecedência a definição de um horário onde o uso do celular será proibido, tenho certeza que novas ideias de distração surgirão”, avalia.
A educadora também pontua que é papel dos pais disciplinar seus filhos sobre o uso da internet segura e consciente, tendo como base uma disciplina que ensina, que não seja punitiva, nem permissiva. “É preciso estabelecer regras em família, dar exemplos, argumentar e oferecer ferramentas para que o adolescente seja capaz de desenvolver o comportamento esperado. Acompanhar o seu desenvolvimento e intervir quando se faz necessária a correção e orientação são partes do processo educacional. Já o excesso de controle pode ser nocivo”, adverte.
O papel da escola
A escola pode e deve ter um papel fundamental na intervenção sobre o uso excessivo dos celulares. Segundo a orientadora educacional Tathiana Queiroz, por meio de palestras e encontros de orientação é possível falar sobre a internet segura, seus benefícios e prejuízos à saúde. “Trazer o tema para discussão em encontros parentais e de alunos pode propiciar uma reflexão maior sobre como seu filho tem utilizado seu tempo e sobre uma possível dependência ao uso do celular”, diz.
Tathiana ressalta que a adolescência é uma fase difícil, pois além de ter que lidar com as mudanças no cérebro e na aparência, o adolescente também enfrenta o desafio de encontrar seu novo lugar no mundo, pois não é mais uma criança nem pode ser considerado um adulto. Entender essa fase significa aceitar um eventual comportamento de apatia ou o desejo por ficar sozinho, por exemplo. Entretanto, segundo ela, é essencial que os pais fiquem atentos, de forma a serem capazes de diferenciar uma apatia temporária de uma possível depressão. “É possível controlar o uso do celular, mas, para isso, precisamos estar absolutamente conscientes das necessidades de ter dicas de paradas, maior frequência de relacionamentos pessoais e menos busca de gratificação imediata”, observa.
“ Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento”. Fp 4:8.
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