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Mackenzie promove 1° Encontro de Lideranças ESG

24.10.2023 - EM

Coordenação

"Amazônia, Políticas Públicas e Transição Energética foram alguns dos temas abordados nos painéis "

Na última quinta-feira, 19 de outubro, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), por meio do HUB de Sustentabilidade Inovação do curso de Engenharia de Produção Mackenzie, promoveu o 1° Encontro de Lideranças ESG. Os interessados em assistir ou reassistir a transmissão devem acessar o Youtube da TV Mackenzie

“Contatamos com parceiros para integrarmos o Mackenzie e as empresas, para desenvolvermos projetos, que insiram os alunos em desafios reais da indústria”, explica o coordenador do HUB de Sustentabilidade e Inovação de Engenharia de Produção, Alaércio Nicoletti. 

Grupo Petrópoles, Ambipar, Siemens e FIESP foram algumas das empresas que participaram da ocasião. Para Nicoletti, discutir ESG entre empresas é importante para buscar atender os desejos dos consumidores, e desenvolver uma consciência ambiental e estrutural.  

“Queremos ter pelo menos um evento desse por ano, para gerarmos parcerias e orientarmos nossa graduação para as necessidades que o mercado tem apresentado no que tange a inovação e o ESG”, compartilhou o docente. 

De acordo com o diretor da Escola de Engenharia, professor Marcos Massi, essa parceria universidade / empresa é importante para qualquer país que queira se desenvolver. “Aconteceu isso nos países ricos, e para o Brasil chegar lá ele precisará fazer isso. Aqui na Escola de Engenharia do Mackenzie estamos fazendo conexões em peso” destacou Massi. 

 
1° Painel – Projeto Amazonia e Circularidade do Vidro 
O evento contou com três painéis. O primeiro tratou sobre o Projeto Amazonia e Circularidade do Vidro, e contou com a presença da gerente de Relacionamento e Parceria da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Valéria Lapa; do gerente de Novos Negócios do FI Group, Danilo Verderramas; e do coordenador do curso de Engenharia de Produção da UPM, André Luis Helleno. 

O Projeto Amazonia e Circularidade do Vidro, em parceria com o Grupo Petrópolis, está sendo desenhado para estabelecer um processo de logística reversa do vidro pós consumo na cidade de Manaus.  

“Pretendemos trabalhar com reciclagem, geração de renda com catadores e conscientização social. Não é um projeto inédito, mas a gente entende que esse projeto inclusive pode fomentar políticas públicas, e essas iniciativas ainda não chegaram em Manaus”, explicou Valéria Lapa. 

De acordo com Danillo Verderramas, este é um momento muito bom para falar de capitação de recursos inovação e sustentabilidade. “O objetivo da FI Group é disseminar o conhecimento, fomentando e apresentando projetos para as grandes empresas alavancarem. Mas ainda temos muita discussão pela frente, por conta do desafio de mostrar a importância de investir nesses projetos, para mostrar o impacto que isso tem para a empresa e para a sociedade”, apontou Verderramas. 

2° Painel – A Pauta ESG no Setor Público e na Indústria 
O segundo painel, que abordou A Pauta ESG no Setor Público e na Indústria, foi ministrado pelo coordenador da Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (SECLIMA), André Previato; e a gerente de Desenvolvimento Sustentável da FIESP, Anícia Pio. 

De acordo com Previato, quando se fala em mudanças climáticas fala-se em mitigação das fontes de gases do efeito estufa, ou adaptação de iniciativas criadas pelo homem. Pensando nisso, a SECLIMA tem desenvolvido algumas ações como os planos: de Mobilidade Urbana; Preventivo de Chuvas de Verão; de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica; além dos comitês de Acompanhamento da substituição da Frota (COMFROTA) e de Mudança do Clima e Ecoeconomia (CMMCE). 

“Temos um programa que é reconhecido internacionalmente como iniciativa mais inovadora entre cidades Ibero-Americanas, que é o Sampa + Rural, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, que fortalece a agricultura urbana na área rural”, detalhou Previato. 

De acordo com Anícia Pio, é preciso pensar não só nas grandes empresas, mas também nos pequenos empresários, porque eles não têm apoio de nenhum órgão. “Esse é um pouco do meu trabalho. Levo o mindset da reindustrialização ou da neoinsdustrialização, com novas bases de informação, governança e integridade, que são os pilares do ESG”, salientou Pio. 

Segundo ela, 74% das emissões de gases do efeito estufa não vem do setor de energia. Para Anícia, a indústria precisa inovar para continuar produzindo o que a sociedade necessita, entretanto, com uma produção de energia renovável. “Temos um fator positivo aqui no Brasil por termos uma matriz energética hídrica, mas é uma matriz vulnerável. Tivemos uma crise hídrica no Sul, e não podemos brincar com essa situação”, ressaltou. 

3° Painel - Tendências ESG e Oportunidades de Parceria 
Já o último painel, com nome Tendências ESG e Oportunidades de Parceria, teve participação do partner da CSO EY, Ricardo Assunpção; da conselheira Político-estratégia da Fundação Alphaville e Founder/CEO, Fernanda Toledo de Oliveira; e do diretor da Solucion Serviços de Gestão Industrial, Leon Tondowski. 

De acordo com Fernanda de Oliveira, é preciso que as empresas tenham um conselho diverso e ativo nas pautas sustentáveis para que realmente ocorram mudanças. “Tudo o que acontece de ESG numa empresa é de cima para baixo. Não adianta a gente ter uma base super engajada, se não tiver uma governança comprada todo nesse processo”, enfatizou. 

Para ela, parcerias de empresas com ONG’s, setor público, consumidores, fornecedores, investidores, comunidade e universidades são fundamentais para a economia regenerativa. Uma vez que essa aliança se torne o motor de todo o processo de mudança, que é uma tendência do mercado mundial. 

“ESG é o maior conjunto de ferramentas para proteger negócios de riscos não financeiros, que afetam a parte legal, reputacional, e econômica da empresa, ao mesmo tempo de destrava uma liquidez de 130 trilhões de dólares de investimentos”, relacionou Ricardo Assunpção.  

Ele ainda mencionou que a agenda de sustentabilidade ESG é o maior catalisador de inovação dos próximos 10 anos para os negócios. “Quando falamos do risco de falhar no combate da crise climática é porque estamos correndo contra o tempo. O maior medo é que falte capital para financiar projetos de adaptação e mitigação, porque existe muita coisa para ser feita”, salientou. 

Em seguida, Tondowski discutiu sobre a necessidade urgente que as empresas têm em aplicar de forma eficaz o ESG internamente. “Essa zeladoria é o que temos que caminhar muito ainda. O problema é que precisamos atender as essas metas até 2030. Se não fizermos nossa lição de casa agora, a minha geração deixou uma bomba relógio para a geração de vocês”, concluiu.