Palavra do chanceler

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Título: Amazon Vida: o caminho da esperança é pavimentado pela fé em Deus
Elemento decorativo

Robinson Grangeiro Monteiro

Robinson Grangeiro Monteiro, chanceler do Mackenzie.

Foto: NTAI/Mackenzie

Em julho, participei do projeto Amazon Vida 2022, acompanhado de minha esposa, Séfora. Trata-se de um projeto extensionista do Mackenzie entre os ribeirinhos da Amazônia, organizado pela Gerência de Responsabilidade Social e Filantropia (GRSF).

Cerca de 25 pessoas, entre estudantes de Medicina da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), professores da própria FEMPAR e do Centro de Ciências Biológicas (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e a equipe da GRSF, atenderam as populações da Vila do Jacaré e da Vila do Cuia no Rio Solimões, localizadas há 11 horas de barco de Manaus.

Eu nunca mais vou esquecer a doçura dos olhinhos das crianças ribeirinhas nem a resiliência daquele povo que vive em condições de grande vulnerabilidade, apesar de habitarem o lugar mais rico do planeta em água potável, biodiversidade e minérios. Paradoxalmente, ter de voltar para o conforto da polis urbis foi penoso, por causa das lembranças de como fizemos tão pouco diante da necessidade deles, embora a ação humanitária e as expressões do genuíno voluntariado e da compaixão claramente tenham representado tanto para eles.

Sou um paraíba a serviço de Deus em São Paulo. Eu conheço a penúria do sertão nordestino e transito diariamente por ruas povoadas de pessoas em situação de miséria na maior metrópole do país. Agora, essa tríade abjeta — pessoas em situação de rua, sertanejos lutando contra a seca e ribeirinhos pobres em meio à riqueza amazônica — está dolorosamente completa em minha memória e vivência.

A minha alma ainda dói diante do desafio de, como cristão que sou, não esquecer essas realidades, nem me desmobilizar, conformando-me com essa realidade. Ao mesmo tempo, peço forças a Deus para não me abater pelo sentimento de quase impotência como cidadão brasileiro num país, que, desde quando eu era criança, acostumou-se a ser chamado de ‘país do futuro’, sem jamais se presentificar como realidade plena de oportunidades para seu povo.

“Ô seu policial, aqui, é por causa que, aqui em casa, não tem nada para a gente comer.”

Não que eu seja pessimista. Sou realista. Creio em um Deus dos impossíveis e sei que Ele usa instrumentos humanos devidamente capacitados, posicionados e disponíveis. Tenho consciência de que o caminho da esperança é pavimentado pela fé em Deus e com ladrilhos de muito trabalho daqueles que fazem a hora e não esperam acontecer.

Tenho por convicção de que aquilo que nos faz mais humanos — o amor ao Criador e o amor às criaturas — certamente não exclui o senso de endurecer-se sem perder a ternura, de lutar sem desistir não apenas dos próprios sonhos, mas perseverando com todas as forças, de participar da construção de um bem-estar coletivo para o maior número de pessoas que nos for possível.

Recentemente, reencontrei os participantes do Amazon Vida 2022 em Curitiba durante a inauguração do Ambulatório Acadêmico da FEMPAR. Em meio a abraços emocionados com aqueles ‘meninos e meninas quase-médicos’, que voltaram marcados pela experiência da propalada ‘medicina humanizada’ na prática, nossa senha de até logo foi mais uma vez afirmada: “Nós vamos voltar!”

A Chancelaria do Mackenzie compartilha e impulsiona a missão comum a todos os mackenzistas na Instituição, onde quer que ela esteja. Em São Paulo, Curitiba ou entre os ribeirinhos: “Educar e cuidar do ser humano, criado à imagem de Deus, para o exercício pleno da cidadania, em ambiente de fé cristã reformada”.

Recebi um mandato da governança do Mackenzie de, entre outras missões, ser guardião da confessionalidade do Mackenzie, mas não apenas como uma afirmação explícita, permeante e transversal do que cremos e de como vemos a realidade. Tenho por certo de que ela também é prática, propositiva e aplicada, para que não seja apenas fé. Seja fé viva expressa em obras!

Por isso, pelo tempo que Deus me conceder exercer esse serviço, quero atender e ajudar outros a atenderem a chamados que ecoam da Amazônia, que repercutem na periferia e no centro degradado de São Paulo e que se espalha pelos sertões nordestinos.

E você? Atenda aí esse telefonema! Há uma criança faminta de esperança pedindo comida e socorro!

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