Os perigos da obesidade infantil
12 de março de 2020 | Atualidades Saúde e Bem-Estar Colégios Destaque
No Brasil, 12,9% das crianças de 5 a 9 anos são obesas e 18,9% dos adultos estão acima do peso, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Essas porcentagens ocorrem, em sua maioria, devido a hábitos alimentares prejudiciais, que por consequência, acarretam no surgimento de outras doenças, como diabetes e hipertensão, problemas ortopédicos e complicações cardiovasculares, influenciando negativamente a vida futura como um todo.
De acordo com o psicólogo e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Eduardo Fraga, a obesidade é uma enfermidade multifatorial que deriva de influências genéticas, fisiológicas, ambientais e psicológicas, portanto, suas causas não devem ser tratadas isoladamente. “Para nós, a ingestão alimentar é também um ato sócio-cultural e, neste sentido, pode estar atrelado às mais variadas emoções e sentimentos, tanto positivos quanto negativos”, ressalta.
O pediatra Maurício Marcondes do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), em Curitiba, explica que o diagnóstico de obesidade nas crianças precisa levar em conta toda a história de vida, que começa ainda no pré-natal, atentando-se primeiramente à genética, mas também aos fatores ambientais e comportamentais. A partir daí, é feita a medição do Índice de Massa Corporal (IMC), que irá revelar uma porcentagem que dirá se o paciente se classifica ou não como obeso.
O histórico de obesidade pode influenciar toda a vida de um indivíduo. Conforme apontam informações do Ministério da Saúde, crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e, estes, têm 89% de chance de serem adultos obesos. O dr. Maurício ainda ressalta que a qualidade de vida desse paciente será pior e a quantidade de vida, menor. “Doenças que são típicas da senilidade, que apareceriam com uns 60/70 anos, vão aparecer com 30/40 anos”, afirma.
A obesidade, além de afetar a criança fisicamente, tem resultados que atingem o nível emocional e social, principalmente por não ser bem vista em uma sociedade na qual a magreza é supervalorizada e erroneamente relacionada a uma vida saudável.
“A criança obesa pode ser alvo de preconceitos e menor aceitação por parte de outras crianças, gerando isolamento, sentimentos de desvalorização e redução de auto-estima. Tal quadro possivelmente afetará também o seu rendimento escolar, já que uma criança em sofrimento estará com sua disponibilidade para aprender reduzida” explica o psicólogo.
Além disso, para Eduardo Fraga, outro ponto de influência é a dinâmica familiar, que tem relevância não só na escolha alimentar mas também no estilo de vida das crianças. Segundo o psicólogo, estudos afirmam que uma criança que possui os dois pais obesos, possui 80% de chance de desenvolver obesidade e, se nenhum deles for obeso, essa chance diminui para 7%. Sobre este ponto de vista, o dr. Maurício reitera que os pais influenciam totalmente nas preferências e hábitos alimentares de seus filhos e por isso devem optar por ter refeições saudáveis e balanceadas. “Não adianta falar para comer algo porque faz bem à saúde da criança, se eles mesmos não dão o exemplo. A criança vai pensar que se fosse bom mesmo o meu pai também comeria”, diz.
Durante o crescimento dos pequenos, algumas escolhas e atitudes simples podem beneficiar a saúde dos mesmos e prevenir contra a obesidade e outras comorbidades, como evitar o consumo de açúcar e de comidas e bebidas artificiais, especialmente aquelas com excesso de sal e corantes. Também é importante ter hábitos que incluam a exposição ao sol, brincar ao ar livre e atividades físicas, tudo de maneira controlada. Segundo o médico Maurício Marcondes, a criança não deve ultrapassar 2 horas por dia de redes sociais ou vídeo game. “É importante estimular o convívio em ambientes sociais, porque uma das características da obesidade é o comportamento psicossocial, que muitas vezes inicia na infância”, informa.
É necessário destacar que o tratamento da obesidade deve ser efetuado por uma equipe multiprofissional, composta por médico, nutricionista, educador físico e psicólogo, como explica o psicólogo Eduardo Fraga. Além de promover a reeducação alimentar por meio de uma dieta flexível e incluir exercícios físicos gradualmente, deve se oferecer à criança um espaço privilegiado de escuta. “Assim ela poderá se aproximar dos profissionais e de sua realidade, podendo refletir a respeito dos possíveis fatores psicológicos relacionados ao seu quadro de obesidade”, completa.
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