Milton Flávio Moura, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie
Foto: NTAI/Mackenzie
Os valores e os princípios que fizeram o Mackenzie nascer e que têm nos permitido robustos progressos ao longo dos anos são a mola propulsora de nossas atividades voltadas à educação e à saúde.
Nossa Instituição possui mais de um século e meio de história; nessa trajetória podemos observar que o princípio de sustentação foi e continua sendo a confessionalidade. Isso significa conceber e praticar a educação e o cuidado com o ser humano com diretrizes consolidadas nas Escrituras Sagradas.
A caminhada nos encoraja a pensar no futuro, na certeza de que o Mackenzie não é, e nunca foi, fruto do acaso, e sim do planejamento e da aplicação de diretrizes orientadas a “educar e cuidar do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, para o exercício pleno da cidadania, em ambiente de fé cristã reformada”, missão presente desde o início de sua trajetória, em 1870.
Neste artigo, nós gostaríamos de introduzir e abrir caminho para expor os princípios que guiam a gestão do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), identificados pela sigla CDR – Confessionalidade, Desenvolvimento e Resultado, os quais traduzem o que é o Mackenzie em sua relevância para a sociedade, peso histórico e seus diferenciais, focados principalmente na valorização das pessoas e nas unidades de negócios em que atuam. Ser mackenzista traduz esses valores porque trabalhamos com essa transformação por meio da Palavra de Deus.
Para começar, é necessário destacar nosso vínculo institucional à fé cristã reformada. A cosmovisão estruturada pelos reformadores e desenvolvida nos séculos seguintes por gerações de teólogos e intelectuais que estudaram a transformação do homem por meio da Palavra de Deus, orienta os passos do Mackenzie. A prática do comportamento alinhado com esses princípios torna o Mackenzie valorizador da vida e do próximo e promove um ciclo virtuoso que nos integra uns aos outros.
A confessionalidade está intimamente ligada ao universo da educação e da saúde. Quando um professor entra na sala de aula, ele o faz por seus alunos. Quando um médico ou uma enfermeira realiza um atendimento, eles o fazem por cuidado aos seus pacientes. O resultado dessa interação é a prática da cultura mackenzista que tão bem nos identifica e, ao mesmo tempo, torna o ambiente do Mackenzie singular, de maneira que todos os que conosco interagem sentem a alegria e o respeito que nos caracterizam.
A semente de nossa Instituição foi a Escola Americana, fundada em fins do século XIX por um casal de missionários presbiterianos, os Chamberlain. Na época, ensinar no Brasil implicava muitas vezes recorrer à força, com castigos físicos aplicados aos alunos. Na Escola Americana, pelo contrário, a sala de aula nada tinha de ameaçadora. Muito antes de a moderna pedagogia popularizar seus métodos que prezam a valorização do estudante, no Mackenzie as crianças já eram tratadas com amor e respeito, tendo sua dignidade resguardada. As rígidas divisões entre meninos e meninas e entre brancos e negros, que também vigoravam no Brasil, tampouco entraram das portas do Mackenzie para dentro.
E por que fizemos diferente? O legado que Cristo nos deixou é que “a ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor”. Essa permanente orientação nos projeta ao cuidado mútuo quando recebemos uma demanda ou quando entregamos um trabalho, nos tornam perseverantes e pavimentam os próximos passos que daremos em conjunto, em um direcionamento compartilhado e responsabilizador.
Jesus nos convida a ser como Ele foi. Sabemos que nunca seremos perfeitos, mas devemos sempre buscar a perfeição. O IPM, como instituição filantrópica, entende ser sua missão transportar essas convicções para suas áreas de atuação. No Mackenzie, ensinamos, pesquisamos, cuidamos e atendemos a comunidade seguindo princípios expressados em sua Identidade Institucional. Em nosso dia a dia, servimos uns aos outros, fazendo bom uso dos dons que nosso Deus nos concedeu, na esperança de que nosso trabalho seja uma conquista coletiva e uma verdadeira celebração por todos. O sentido aqui é de comunhão.
Ao colocarmos isso em evidência, estamos contribuindo para que o Mackenzie progrida pisando no terreno firme de sua história, baseado em seus princípios. Dessa forma, daremos o primeiro passo do guia de nossa gestão, que é a confessionalidade, sobre a qual conversaremos na próxima edição. Até lá!