Equipe que realizou o transplante de rim: (esq. p/ dir.) o residente Cássio, os urologistas dr. Murilo Murata e Paulo Javorski, a infectologista Suzanna Edinger, a nefrologista Dra. Carolina Pozzi, o residente Mateus Prestes e a enfermeira Jocemara Pontes.

Fotos: Divulgação

Com estrutura revitalizada e contratação de equipe altamente especializada, o hospital pode se tornar uma referência nacional nesse tipo de procedimento.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), até setembro de 2020 mais de 40 mil pessoas estavam na fila de espera por um transplante no Brasil. Em 16 de agosto deste ano, o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie tirou três pacientes dessa fila, que passaram por cirurgias realizadas pelo corpo médico da Instituição. Os procedimentos ocorreram pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como 95% dos atendimentos prestados pelo HUEM.

Esse feito histórico só foi possível porque existe toda uma estrutura muito bem-preparada, seja no âmbito da expertise dos profissionais, seja no que tange à gestão como um todo. Para o diretor-geral do HUEM, Rogério Kampa, a revitalização da estrutura e a aquisição de novos equipamentos, assim como a vinda de novas equipes médicas altamente capacitadas, permitiram esse avanço importante na qualificação do hospital na área de transplantes de órgãos sólidos.

Kampa também diz que é necessário ressaltar a importância do Banco de Multitecidos do Brasil, o único do país, que é responsável por captar córneas e outros tecidos que possibilitam a realização de transplantes, e a reativação da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), que organiza rotinas e protocolos para possibilitar o processo de doação de órgãos e tecidos na Instituição, notificando as situações de possíveis doadores de órgãos e tecidos, entre outras responsabilidades que esse tipo de demanda exige.

Rim

Um dos transplantes realizados foi o de rim, o primeiro de doadora viva em 2021 no estado do Paraná. A paciente de 34 anos, que já era transplantada desde os 7 anos, recebeu o rim de sua irmã. “O HUEM oferece toda a estrutura que contempla um espaço protetor para o doador e também atende todas as necessidades do transplantado”, destaca a nefrologista Carolina Pozzi, que coordenou a equipe responsável pelo transplante, integrada pelos urologistas Murilo Murata e Paulo Javorski e pela infectologista Suzanne Edinger. Cabe destacar que o Serviço de Transplante Renal do HUEM foi pioneiro no estado do Paraná, tendo realizado, nesses 35 anos de funcionamento, mais de 1.600 transplantes.

Dr. Nertan Nefilli e dr. Igor Peixoto, responsáveis pelo transplante de fígado.

Córnea

Depois de quatro anos na fila de espera e muitas oportunidades de emprego perdidas, o eletricista Agnaldo Ramos, 44 anos, recebeu uma nova córnea para o olho esquerdo, que tinha somente 30% da capacidade por causa de complicações de um herpes ocular. O transplante foi realizado pelo oftalmologista Leon Grupenmacher, que também é diretor do Banco de Multitecidos do HUEM.

Oftalmologista dr. Leon Grupenmacher e paciente Agnaldo, transplantado de córnea.

O Serviço de Transplante de Córnea do HUEM está credenciado no Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e na Central Estadual de Transplantes do Paraná (CET-PR). Em funcionamento há mais de 30 anos, foi o primeiro serviço a montar um banco de olhos no estado do Paraná. Atualmente, realiza cerca de 50 cirurgias ao ano entre transplantes de córnea e esclera.

Fígado

Uma cirrose hepática foi o motivo do transplante de fígado, realizado pelos cirurgiões Igor Luna Peixoto e Nertan Tefilli. “Felizmente, a paciente conseguiu um órgão compatível e fizemos o transplante com todo o respaldo técnico e científico que o hospital nos oferece”, afirma Peixoto. Segundo Tefilli, a façanha de realizar três transplantes no mesmo dia demonstra o comprometimento da Instituição com a questão. “Mostra que o Hospital está voltado para a causa dos transplantes, nos dando total segurança em executar os procedimentos da melhor maneira possível”, explica.

Referência

Aos 62 anos, celebrados em 5 de setembro, o HUEM está em nova fase, que começou quando a gestão passou a ser feita pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM). Com o resultado alcançado e a satisfação dos pacientes e familiares atendidos, a Instituição pode se tornar, em breve, uma referência nacional em transplantes. “Sem dúvida, o objetivo é que o HUEM se torne referência em transplantes. Para tanto, recebemos em nosso corpo clínico uma nova equipe médica de cirurgia cardíaca, com o objetivo de incrementar o transplante cardíaco, e já estamos ultimando a implantação do transplante de medula óssea. A realização de três transplantes em um único dia demonstra todo o preparo e capacidade do Hospital para procedimentos de alta complexidade”, informa o diretor-geral.

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