Comunicação Não-Violenta: atitude para praticar o Setembro Amarelo o ano inteiro
10 de setembro de 2021 | Responsabilidade Social Ação Cidadã Campus Campinas Destaque
As palavras tem poder de ferir ou curar as pessoas. Por isso, devemos ter a consciência de que, aquilo que dizemos e da forma como falamos, pode provocar reações diversas, exigindo de nós responsabilidade emotiva e o pleno entendimento de como nossos atos podem atingir o próximo. Foi com esse objetivo que surgiram iniciativas como a campanha do Setembro Amarelo, adotada no Brasil no ano de 2015, além do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio ser celebrado em 10 de setembro. Apesar desse assunto ser muito comentado nesse período, é primordial falar sobre esse tema o ano inteiro.
Conversamos com a professora de Direito do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) campus Campinas, Aline Freitas, para explicar como colocar em prática a Comunicação Não-Violenta (CNV), que promove melhoras nos relacionamentos pessoais e profissionais.
1. O que é a Comunicação Não-Violenta?
Quem nunca se sentiu triste, ofendido ou até mesmo mal interpretado por causa de um problema de comunicação ou pela forma de falar?
Então, a CNV também chamada de comunicação empática, retrata o que deveria ser sempre o agir comunicativo, no qual se enquadra em mensagens passadas sem julgamentos e/ou respostas prontas, amparadas na tomada de consciência do momento presente, com escuta ativa, empatia e compaixão. Essa técnica, pensada a partir das propostas do psicólogo Marshall Rosenberg, auxilia na reformulação da forma que as pessoas vão se expressar e na maneira que vão ouvir umas às outras, de forma compreensiva.
2. Os quatro componentes primordiais
Existem quatro componentes dentro da CNV que devem ser expressados de maneira clara. Caso contrário, ela não acontece. São eles: a observação, o sentimento, as necessidades e o pedido.
Um exemplo: “João, quando você fala alto comigo na escola (observação), eu me sinto muito mal e inferior (sentimento), porque preciso sentir que sou respeitado e que meus colegas querem me ajudar a me desenvolver (necessidades). Você poderia não gritar comigo perto dos outros, e me chamar no particular por favor? (pedido)”
3. Benefícios para sociedade
As pessoas enxergam melhor umas às outras, melhoram os relacionamentos interpessoais, com reflexo em todas as áreas da vida. Além disso, passam a existir mais pontes que muros entre os seres humanos. “Atrelando com o Direito, a CNV é um importante elemento para valorizar-se a dignidade de todos os indivíduos, isso é sempre algo de extremo valor social. O aprimoramento da habilidade de se comunicar pode ser um grande aliado da transformação das realidades individuais e coletivas para algo muito melhor”, acrescenta a professora mackenzista.
4. Colocar em prática!
O ser humano é um ser social e precisa do outro para viver, então para as pessoas se relacionarem, a comunicação é fundamental e desenvolver habilidades para melhor comunicação, como o proposto pela abordagem da CNV, pode ser um excelente caminho. “Parece simples, porém nos tira do automatismo, das respostas prontas e nos convida a entender melhor a si mesmo e aos outros. Perceba você e suas necessidades e busque da melhor forma possível entender que o outro também é um universo de possibilidades”, destaca Aline Freitas.
5. Dica!
“Se você é quem percebe que alguém próximo está em sofrimento, esteja presente e ofereça escuta ativa. Dialogue de maneira não-violenta. Agora, se você é quem está em sofrimento, procure alguém em quem confia de sua rede de relacionamento, se não tiver no momento ou não se sentir à vontade, lembre-se que há espaços para você buscar apoio emocional também”, finaliza Aline Freitas.
6. Saúde Pública
Enquanto humanidade, as pessoas precisam se conscientizar de maneira definitiva de que toda demanda em saúde mental é questão de saúde pública, ou seja, cada pessoa conta e que a sociedade precisa, inclusive, melhorar constantemente a comunicação sobre o tema. E com isso passará a reconhecer as forças e capacidades de cada indivíduo e até mesmo a importância de suas vulnerabilidades.
Comunicar-se de maneira não-violenta é um exercício diário de respeito para com você mesmo e com o outro. Convide-se a praticar isso!
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