Robinson Grangeiro Monteiro, chanceler do Mackenzie

Foto: NTAI/Mackenzie

Os índices econômicos, por óbvio, são métricas da atividade econômica de natureza eminentemente quantitativa.

“Inflação em alta”, por exemplo, significa que os preços estão mais altos, e os bens de consumo e serviços estão mais caros. Da mesma forma, “aumento do desemprego” é o mesmo que dizer que mais pessoas estão sem emprego ou menos pessoas estão procurando emprego e, consequentemente, fora das métricas.

Nos picos da pandemia da covid-19 em suas ondas de recrudescimento, lembro-me bem da pergunta que me fizeram: “Chanceler, o Mackenzie vai conseguir crescer ou vai ficar menor?”. A resposta foi simples: “Nem maior, nem menor. O desafio é o Mackenzie se tornar melhor!”.

As pessoas e as instituições têm, em momentos de crise, a oportunidade de reafirmar seus valores e princípios e requalificar suas posturas e atitudes, reafirmando seu lugar e papel no mundo.

Agora que tudo indica estarmos saindo dessa longa e penosa travessia, é preciso se perguntar: “Em quais aspectos e por quais razões, nós, como pessoas, e a instituição, na qual temos nossos papéis e funções, nos tornamos ‘melhores’”?

Somos melhores quando lidamos com nossos pontos a melhorar.

A questão é que não sabemos necessariamente o que precisa melhorar e, pior, mesmo quando se toma consciência, há certa flacidez na facilidade de continuar como somos, porque, como a experiência mostra, tudo que é fácil fazer é mais fácil ainda simplesmente não fazer.

Joseph Luft e Harrington criaram em 1955 um instrumento de análise das relações interpessoais, que passou a ser conhecida como Janela de Johari e seus quatro quadrantes ou zonas (aberta, oculta, cega, desconhecida), relacionadas ao que conhecemos de nós mesmos e ao que temos consciência de que os outros conhecem de nós, conforme figura abaixo:

Observe que o não conhecimento, seja de si mesmo, seja do que os outros sabem, domina três dos quatro quadrantes. A ignorância prevalece, porque o conhecimento tem um “custo” que a maioria não quer pagar. Conhecer pontos a melhorar produz sofrimento, porque nenhuma mudança é confortável.

Por outro lado, o tensionamento ocasionado pelo conhecimento traz uma bendita atenção e prontidão, disposição e proatividade, que nem sempre são recrutadas quando as coisas vão bem, porque a mente, o corpo e a vida são parcimoniosos. Se não há necessidade de mais recursos, não desperdiçamos, porque é da conservação de recursos, de toda ordem, que existe a reserva para investimentos futuros, quando são inadiáveis.

Por isso, a corda do violão precisa ser tensionada até o limite para não romper e para emitir o melhor som. Menor tensão do que a afinação necessária, e o resultado é desafinação e barulho, e não a melodia que encanta os ouvidos e o coração.

O salmista afirma: “Bendito seja o Senhor, a minha Rocha, que treina as minhas mãos para a guerra e os meus dedos para a batalha” (Salmos 144:1). Por isso, no maior salmo das Escrituras Sagradas, a conclusão paradoxal é “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Salmo 119:71).

Portanto, há um treinamento na vida, que começa quando observamos no que precisamos melhorar, acolhemos humildemente as lições já aprendidas e decidimos continuar aprendendo hoje o que não podemos esquecer nunca mais, mas aí é tema para outra Palavra do Chanceler!

Por enquanto, a “conclusão” é que você precisa melhorar! Você já sabe em quê e por quê?

Com carinho,

Rev. Robinson Grangeiro Monteiro,
Chanceler

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