A importância das mulheres no mercado de trabalho

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Três mulheres em um corredor
Na semana do Dia Internacional da Mulher, Centro de Comunicação e Letras realizou encontro de forma on-line

14.03.2022 - EM Cotidiano

Comunicação - Marketing Mackenzie


No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) realizou o evento Machismos e a importância da sororidade no mercado de trabalho para debater o impacto do machismo no cotidiano profissional de jornalistas e publicitárias e as estratégias criadas pelas próprias mulheres para enfrentarem este mercado, incluindo redes de solidariedade e ajuda mútua.

O projeto foi idealizado pelas professoras de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UPM, Vanessa Oliveira, Mirtes de Moraes e Patrícia Paixão e contou com duas mesas de debates ao longo do dia, todas transmitidas pelo YouTube. A primeira mesa foi Desafios em um mercado desigual: formulando narrativas autônomas, e contou com a repórter do Centro de Pesquisa Gênero e Número, Vitória Régia da Silva; a editora da Ponte Jornalismo, Jéssica Tamyres Dos Santos; e a redatora-chefe da Vogue Brasil, Maria Laura Neves. A moderação foi realizada pela aluna de jornalismo, Ana Luiza Sanches.

Já a mesa dois focou em Como as agências de publicidade têm trabalhado para reposicionar a mulher na comunicação? e teve a participação da diretora de criação na SOKO, Daniela Albuquerque; da diretora geral de estratégia na agência Mutato, Juliana Morganti; e de uma das fundadoras da 65|10, Thais Fabris; com mediação da antiga mackenzista, Julia Machado. O coordenador adjunto do CCL, Fábio Espíndola, também esteve presente no evento.

De acordo com a professora Mirtes de Moraes, a data é um dia para refletir sobre os desafios da mulher no espaço público. “Vale destacar que esse evento não é só para mulheres. Na verdade, as questões devem ser divididas com todos. Então, quanto mais homens assistirem e se fazerem integrados dentro dessa discussão, melhor será o resultado do nosso objetivo”, apontou.

Sobre as conversas

Em ambos os encontros, as participantes contaram um pouco sobre suas vidas profissionais e destacaram seus posicionamentos em relação à escassez de mulheres em cargos de liderança. “É importante falar sobre isso para trazer os homens para esse debate e assim seja entendido que a igualdade parte de todos que ocupam o mesmo lugar, de que todo mundo deve ter os mesmo acessos e não exista essa desigualdade e discrepância como temos hoje”, relatou Vitória Régia.

Segundo ela, esse é um debate levado para o lado pessoal quando, na verdade, se trata de um debate estrutural. “É um debate maior que qualquer uma de nós presentes aqui hoje. Não é fácil, mas é uma discussão necessária”, afirmou a repórter. Jéssica Santos completou: “Além de lutar por espaço, por nossas pautas [no jornalismo] também, contar as nossas histórias, para trazer especialistas mulheres”.

Questões sobre assédio em local de trabalho e competitividade feminina no mercado da moda também foram abordadas na primeira mesa. “Ainda temos muito o que avançar na qualidade do jornalismo nas redações de hoje, mas acho que temos avançado e vejo com muito bons olhos o trabalho que temos feito na denúncia de assédio moral e sexual”, contou Maria Laura.

Já na segunda mesa, de acordo com Juliana Morganti, o ponto primordial para a construção de um ambiente igualitário começa com as pessoas que estão no time. Ela explica que não basta ter a porcentagem necessária de mulheres dentro das empresas apenas para cumprir as normas. É essencial fazer com que elas desenvolvam o melhor potencial, inclusive ocuparem cargos de liderança dentro do ambiente de trabalho. “Nosso papel nas agências é ajudar a construir uma comunicação que represente, valorize e respeite a multiplicidade de mulheres”, afirmou.

A representante da 65|10, Thais Fabris, ainda ressaltou sobre a mudança dos caminhos dentro do ambiente de trabalho que, mesmo não sendo fácil, preza-se por ser de um jeito mais cuidadoso e saudável, ser diferente do que ela já viveu. “Meu conselho é: busquem referências femininas, além de mulheres brancas, leiam as diferentes realidades, com isso nós ampliamos nossa perspectiva sobre a vida”, finalizou.

Acompanhe na íntegra os eventos clicando nos links da Mesa 1 e Mesa 2.