07.05.2021 - EM
Emoção, desespero, esperança, alívio. Foi nesta gangorra de sentimentos que a família da técnica de enfermagem Maria Goretti Ferreira Rodrigues, 54 anos, viveu nos últimos três meses. Desde meados de janeiro internada na UTI Covid do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) a história teve um final feliz com a alta da paciente no final de abril.
Nesta quinta-feira, 06 de maio, a filha, Rafaela Ferreira Rodrigues, 32 anos, voltou ao Hospital para fixar, na praça Alfredo Andersen, uma faixa de agradecimento ao atendimento que receberam. “Com imenso sentimento de gratidão à equipe do Hospital Evangélico (UTI Covid 2 e 4) pelo excelente atendimento, cuidado e carinho com todos os pacientes, em especial com Maria Goretti. Nós, familiares, somos gratos a todos vocês”, diz a faixa.
Na ocasião ela reencontrou a enfermeira Jaine Aurora dos Santos da Silva, a quem pôde agradecer pessoalmente. “A equipe do Hospital foi maravilhosa, muito atenciosa e dedicada. Foram momentos de tristeza, apreensão, mas a maneira como fomos tratados fortaleceu sempre a esperança”, disse Rafaela.
Visita virou drama
Moradores do interior do Ceará, na pequena cidade de Assaré, José da Silva Rodrigues, 60 anos e a esposa Maria Goretti têm o costume de visitar nas férias a filha Rafaela, que mora em Curitiba há nove anos. Como havia se aposentado no fim de 2020, desta vez o plano de Maria Goretti era ficar um pouco mais de tempo.
“Ela já havia decidido que ficaria até fevereiro, mas no dia 18 de janeiro todos começamos com os primeiros sintomas. Fizemos o teste e os três deram positivo para covid-19. Levei a mãe na UPA duas vezes, e na terceira a médica disse que ela seria internada”, relembra Rafaela.
A doença se agravou rapidamente e Maria Goretti precisou ser transferida para a UTI do HUEM. Nos dias seguintes, José também piorou e foi intubado em outro hospital. “Foi desesperador, pai e mãe na UTI. Por isso eu digo que os profissionais que nos atenderam foram anjos em nossas vidas, pela forma como nos acolheram, principalmente no Mackenzie”, afirma ela.
Carinho
Rafaela elogia a atuação de toda a equipe e a alegria dos profissionais com a melhora da mãe. “Quando traziam boas notícias dava para perceber que estavam alegres de verdade. Equipe de limpeza, assistente social, fisioterapeuta, técnicos, enfermeiras, médicas, todos foram fundamentais em nos dar força nas horas mais difíceis. As chamadas de vídeo para eu poder ver a mãe ajudaram bastante a lidar com a situação”, destaca.
Após 22 dias de internamento, José teve alta e foi para casa. A apreensão com Maria Goretti foi maior e a estadia no HUEM durou ao todo 83 dias. Hoje ela está em casa se recuperando. Recebe duas vezes por semana visita da fisioterapeuta Fernanda Camila Mattos e apresenta ótima evolução. Já consegue ficar em pé e dar os primeiros passos.
Dia das Mães
Após semanas de sofrimento, o Dia das Mães terá um significado especial para toda a família. Além de Rafaela, Laura, de 15 anos é neta de Maria Goretti, mas foi criada por ela – a quem chama de mãe. Estarão todos reunidos.
“Maravilhoso poder passar esta data com a família. Foi um milagre né. Eu não lembro de muita coisa, aos poucos que as lembranças vão aparecendo. Mas pelo que todos me contam foi um milagre. Agradeço aos anjos que cuidaram tão bem de mim”, diz Maria Goretti, emocionada.
Ela ficará em Curitiba até estar totalmente recuperada para retornar a sua terra natal no Ceará.