507 Anos da Reforma Protestante: raízes e relevância atual

Conheça mais sobre esse movimento tão importante para a Fé Reformada 

31.10.202409h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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507 Anos da Reforma Protestante: raízes e relevância atual

O Dia da Reforma Protestante, celebrado anualmente em 31 de outubro, marca uma história conduzida pelo líder Martinho Lutero, um monge alemão, que por meio de 95 teses fez várias críticas à Igreja Católica e ao Papa. A Reforma Protestante foi um movimento religioso que aconteceu na Europa, no século XVI, fomentado por razões sociais, políticas, culturais e econômicas.

A Reforma Protestante

Martinho Lutero (1483-1546), nascido em Eisleben, Alemanha, é considerado o principal líder da Reforma Protestante. Em 1509, formou-se em bacharel em Estudos Bíblicos, obtendo o título de doutor em Teologia em 1512. Nos anos seguintes, dedicou-se ao ensino religioso e ao desenvolvimento da doutrina de "o justo viverá pela fé".

Lutero se opôs à venda de indulgências — prática adotada pela Igreja Católica em que a pessoa ofertava dinheiro em troca do perdão pelos seus pecados. O objetivo era que, ao comprar uma indulgência, os fiéis pudessem diminuir o tempo de uma alma no purgatório. Essa prática foi vista como um comércio da salvação, o que, para Lutero, distorcia os ensinamentos cristãos e a fé.

Entre 1516 e 1517, Lutero criticou publicamente a venda de indulgências em três sermões. Em um de seus discursos, questionou: “É audacioso assegurar que o Papa possa livrar almas do purgatório. Se ele pode fazer isso, então ele é cruel em não livrá-las todas”. Essa crítica destacava o interesse da Igreja em obter recursos financeiros por meio da exploração da fé.

O ponto alto da Reforma Protestante ocorreu em 1517, quando Martinho Lutero confrontou o monge dominicano Tetzel, que vendia indulgências. Em resposta, Lutero escreveu suas 95 teses, criticando a Igreja Católica e o Papa, e as afixou na porta da Catedral de Wittenberg em 31 de outubro.

Ao longo de sua vida, Lutero também traduziu a Bíblia para o alemão, tornando o texto sagrado acessível a um público muito maior e ajudando a popularizar o protestantismo. Suas ações desencadearam o movimento protestante, que, com o tempo, inspirou outros teólogos a propor novas vertentes da fé evangélica.

Reação da Igreja

A atitude de Lutero se espalhou rapidamente pela Europa. Em 1518, foi acusado de heresia e convocado para Roma. Lutero não aceitou a ordem papal e manteve suas ideias, que também refletem o sentimento de grande parte da população.

A Igreja Católica não aprovou as críticas de Lutero. Em 1520, Lutero recebeu uma “Bula Papal”, que exigia sua retratação, sob pena de excomunhão. Em um gesto de resistência, ele queimou a bula como uma demonstração de que não se curvaria à pressão de Roma.

Lutero também enfrentou o poder do imperador Carlos V, que convocou a Dieta de Worms, uma assembleia para debater suas ideias. Durante o evento, Lutero defendeu seus escritos e acabou sendo considerado herege, o que o obrigou a se esconder por um ano no Castelo de Wartburg para proteger sua vida.

Na década de 1540, o papa Paulo III reuniu o Concílio de Trento, um encontro para organizar a contrarreforma, a resposta da Igreja Católica ao crescimento do protestantismo. Essa reação incluiu regras mais rigorosas e a proibição de certos livros. Apesar dessa resistência, o protestantismo se espalhou pela Europa, ganhando força em regiões como Alemanha, Dinamarca, Suécia, Países Baixos, Suíça e Inglaterra.

Entre os avanços conquistados pela Reforma destaca-se o retorno às Escrituras; a centralidade de Cristo; a salvação vista como dádiva da graça de Deus, a ser recebida por meio da fé; o fato de que a Igreja não é a instituição ou a hierarquia, mas sim o povo de Deus, sendo cada cristão um sacerdote.