26.04.2019 Ética e Cidadania
No dia 23 de abril, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) realizou o II Pré-Fórum, evento preparatório para o “Fórum de Assistência Técnica (ATHIS) e Extensão Universitária em Habitação de Interesse Social: Atuação Integrada no Espaço Urbano”, que será realizado entre 16 a 19 de maio 2019.
Para Débora Sanches, professora da FAU e uma das organizadoras do evento, realizar um pré-fórum é “fazer um aquecimento, convidando o pessoal para discutir sobre o tema, que hoje será sobre a questão da extensão universitária e assessoria técnica”, explica.
O objetivo do evento foi entender e explicar aos estudantes experiências pioneiras em extensão universitária em arquitetura e urbanismo e também ATHIS no passado e no presente, refletindo sobre a implementação da Resolução das Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira (2018) para o futuro.
Segundo texto publicado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de São Paulo e CAU/BR, a Assistência Técnica em Habitação é a universalização do acesso aos serviços de Arquitetura e Urbanismo.
Nos anos 2000, muitas entidades que lutavam por cidades mais justas e igualitárias conseguiram aprovar duas importantes Leis: a Lei Federal 10.257/2001 que regulamenta os instrumentos de política urbana da Constituição Federal de 1988 e, a Lei Federal 11.888/2008 (Lei de Assistência Técnica Pública e Gratuita), que assegura o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto, construção, reforma e ampliação de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à moradia.
Por ser um universo de precariedade, existe uma demanda muito grande para a atuação do arquiteto, sendo um campo que necessita de muita mão de obra. Para Viviane Rubio, professora da FAU e também organizadora da programação, este é um bom campo para jovens arquitetos e também é uma oportunidade para desmontar um pouco a imagem de que arquitetura é uma profissão elitista.
O evento contou com a presença de Maria Amélia Devitte Ferreira D'Azevedo Leite, arquiteta e especialista em controle do ambiente em arquitetura; Lizete Maria Rubano, arquiteta e urbanista que possui experiência na área da habitação coletiva e cidade; Heloisa Bergamin, graduanda e integrante do Mosaico, Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da FAU UPM; e Daniel Pansarelli, professor da UFABC e líder do Grupo de Pesquisas Perspectivas Críticas da Filosofia Moderna e Contemporânea (UFABC/CNPq).
Experiência
Maria Leite, doutora e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, foi uma das convidadas a participar do debate. Sua experiência com projetos de extensão na área começou como graduanda, junto com seus amigos.
Em meados dos anos 70, no período de férias, dedicou seu tempo para trabalhar em questões de relevância social. “Já existiam alguns movimentos por moradia, ainda não tão organizados, mas realizamos um trabalho no sentido de ajudar a população. Foi aí que realmente comecei a perceber que a atividade profissional do arquiteto tem um desdobramento social muito intenso, e que esse aprendizado, primeiro de identificar esses problemas e essas questões, que às vezes estão ocultas dentro da ordem social, faz parte do nosso treinamento como profissional”, conta.
Sobre o fórum em maio
O “Fórum de Assistência Técnica (ATHIS) e Extensão Universitária em Habitação de Interesse Social: Atuação Integrada no Espaço Urbano”, selecionado no edital de chamamento público n° 002/2018 processo administrativo n° 021/2018 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo – São Paulo (CAU/SP). Contemplado pelo Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos (CGGDH) em parceria com Entre:FAUs (coletivo de estudantes das Faculdades de Arquitetura e Urbanismo da Região Metropolitana de São Paulo), Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB)/SP e FAU Mackenzie. Tem como objetivo aproximar os Grupos de Extensão Universitária e as entidades profissionais que trabalham com ATHIS, para troca de experiências e construção de uma base para atuação que contribua de forma pragmática para minimizar as carências habitacionais e urbanas, bem como, no fortalecimento da luta para a conquista ao direito à cidade.