Manter uma dieta equilibrada, com uma grande variedade de nutrientes e com refeições feitas em espaços regulares de tempo é um bom caminho para você se sair bem nos estudos. Aliás, existe uma relação muito próxima entre alimentação saudável e a rotina de aulas, pesquisas e estudos, de acordo com as indicações da professora do curso de Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Renata Furlan Viebig.
“Os alimentos que ingerimos fornecem energia e nutrientes necessários para a realização das diversas funções do organismo, inclusive as funções cognitivas. Se um indivíduo não estiver bem nutrido, não terá condições ideais de saúde e de aprendizado”, explica a docente.
É importante ressaltar que não existe um “superalimento”, algo que você vai comer e abrir todas as portas do conhecimento em seu cérebro – isso só acontece no filme Sem Limites e, mesmo assim, não foi um alimento que tornou o personagem mais inteligente. Porém, a professora indica que existe uma série de hábitos e práticas diárias de alimentação que são capazes de aprimorar o desempenho acadêmico.
O primeiro hábito é manter uma alimentação equilibrada, com a uma ingestão variada de alimentos, que contenham nutrientes de diferentes qualidades. “Os alimentos são compostos por combinações de macro e micronutrientes, além de outros compostos bioativos. Assim, devem ser ingeridos em combinações diferentes, variadas, para que um número maior de nutrientes seja obtido”, afirma Renata.
Os carboidratos oferecem energia para as células do corpo, e o cérebro é um dos órgãos que mais queimam energia. As proteínas são responsáveis pela construção e manutenção dos tecidos, hormônios e neurotransmissores. Lipídeos são outra fonte de energia e as vitaminas e minerais como reguladores das reações bioquímicas que ocorrem no organismo e são fundamentais para garantir a qualidade dos processos envolvidos no estudo e no aprendizado.
A dieta deve ser equilibrada, mas é bom lembrar alguns alimentos que devem ser evitados. Por exemplo, os doces, que são um tipo de carboidrato, são absorvidos muito rapidamente e podem provocar fadiga de forma precoce. Pratos muitos gordurosos, carnes vermelhas, pratos com molho branco e molhos à base de queijo provocam sonolência, pois são mais complicados de serem digeridos.
Um outro hábito a ser observado é a regularidade e a periodicidade das refeições. Grandes períodos de jejum e intervalos maiores que três horas são essenciais para um melhor aprendizado escolar. “Fazer refeições em horários regulares, torna mais fácil manter os níveis de energia”, conclui a professora. Vamos abordar a questão da rotina alimentar com mais profundidade em uma outra matéria, na próxima semana.
Além da comida
Outros fatores que podem ajudar os estudantes a manter a concentração nos estudos não se relaciona diretamente com a alimentação. “O sucesso nos estudos depende de uma alimentação mais equilibrada, mas também de que os alunos atentem para os demais hábitos que compõem seu estilo de vida”, diz Renata.
Fazer atividade física com regularidade, não fumar, evitar excessos de álcool ou substâncias químicas, encontrar formas de controlar o estresse e a ansiedade, além de manter uma boa rotina de sono são necessários para um melhor aproveitamento acadêmico.