Três alunas do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) São Paulo participam da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), a qual possui grande visibilidade nacional e de instituições de ensino como, por exemplo, a Universidade de São Paulo (USP).
O projeto se deu após as alunas do Ensino Médio, Beatriz Cardoso, Camila Mecchi, e Maria Laura Teixeira, participarem da trilha orientada STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática - na tradução da sigla em português), orientada pelo professor Alexandre Marquioretto. Beatriz Cardoso conta que o apoio do professor foi vital para o trabalho, bem como para o desenvolvimento de ideias próprias, e aprimoramento dos métodos de pesquisa.
Durante o estudo, as alunas foram instigadas a buscar soluções para uma situação-problema com base no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 14), proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa deveria ser pesquisada de tal forma a buscar solução para problemas referentes à vida na água.
Inicialmente, foi feito um levantamento bibliográfico, e percebido um potencial em trabalhar com fibras. Com isso as alunas perceberam a curiosidade sobre o que poderia absorver o óleo com facilidade. Foi assim que chegaram às fibras de coco e abacaxi, pois essas poderiam contribuir na absorção de óleo, mineral ou vegetal.
Para Beatriz, a fase de pesquisa no laboratório de química foi a mais desafiadora, devido à dificuldade em conciliar o projeto com os trabalhos escolares habituais. “Apesar das dificuldades, nós conseguimos aprender muito sobre organização e pesquisa científica, algo que eu pessoalmente penso em seguir na faculdade”, frisou.
A proposta do projeto é ajudar as comunidades ribeirinhas a utilizarem as fibras na construção de mantas para absorção de óleo, algo que contribuirá na conservação da vida marinha e crescimento econômico local. Maria Laura Teixeira explica que o objetivo vem das comunidades ribeirinhas serem marginalizadas e não receberem a devida atenção, embora sejam mais afetadas pelos desastres ambientais. “Em um acidente, como a contaminação de um rio, a fonte de subsistência desse grupo é ameaçada, por isso o nosso objetivo é trazer visibilidade para essa luta e propor uma solução acessível”, pontua.
Ao questioná-las sobre o futuro do projeto Camila Mecchi menciona estar bem animada, e espera desenvolver a melhor versão do projeto para apresentar na final da Febrace, em março. Já Maria Laura explica que esse trabalho é apenas o começo da trajetória acadêmica do grupo. “Temos o desejo de continuar produzindo material científico e soluções para a sociedade, cada uma em sua área”, frisa.
Ela ainda comenta sobre o desejo de contribuir com a valorização da Ciência no Brasil, pois “a Febrace é apenas um exemplo sobre como o país possui mentes brilhantes que somente precisam de incentivo e investimento”, conclui.