Mentiras sempre existiram. Discursos enganosos também. Entretanto, com a chegada da internet e da consequente globalização, ficou cada vez mais fácil a veiculação de informações que podem até parecer verdadeiras, mas não são. No #DicadoDia de hoje, confira as orientações da professora de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Denise Paiero, sobre como reconhecer e combater as fake news.
1. Desconfie das informações que recebe, principalmente de redes sociais
Hoje em dia, há muitos canais de circulação de informações falsas, disseminadas de forma veloz pela internet. Elas são usadas para manipular pessoas e destruir reputações, além de já terem sido utilizadas no mundo até para influenciar eleições, disseminar pânico e dar informações erradas que podem, inclusive, colocar vidas em risco.
Muitas vezes, por aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, por exemplo, a informação se propaga sem fonte, não sabemos de onde vem ou se a fonte é falsa. É comum circularem áudios atribuídos a “especialistas” ou “pessoas que conhecem alguém que disse aquilo”. Assim, a dica é simples: sempre desconfie desse tipo de informação.
2. Questione a veracidade das informações noticiosas
As pessoas tendem a acreditar naquilo que vai ao encontro do seu próprio pensamento, principalmente dentro das “bolhas” da internet, onde ficamos conectados a pessoas que pensam como nós. Portanto, fake news que confirmem ou reforcem ideias e valores que a pessoa já tenha vão facilmente parecer verdade e, muitas vezes, serão compartilhadas sem qualquer questionamento.
Se ninguém assume a origem da informação, estranhe. Se parecer “muito bom para ser verdade” ou é algo muito importante, mas não apareceu em outros veículos, desconfie. Ainda, sempre é bom atentar à data da informação. Às vezes, uma notícia verdadeira, mas que foi publicada anos atrás, é descontextualizada e compartilhada, o que pode confundir quem a recebe.
3. Utilize sites de checagem para saber se é falso ou não
Existem sites de fact-checking, nos quais trabalham profissionais muito qualificados e preparados para verificar e checar as informações produzidas pelos caminhos corretos, avaliando se é verdade ou não o ocorrido. No Brasil, a professora Denise destaca os seguintes:
- E-Farsas
E, para quem quiser melhorar os conhecimentos sobre fake news há o projeto “Vaza, Falsiane”, que oferece curso gratuito sobre o tema.
4. Veja se a notícia foi publicada em veículos jornalísticos confiáveis
Veículos de comunicação conhecidos e que trabalham de fato com o jornalismo, sejam de grande imprensa ou de imprensa alternativa, têm um compromisso com a apuração dos fatos. Se publicarem mentiras, terão sua credibilidade (que é seu maior patrimônio) afetada. Veículos que se alimentam de fake news não estão preocupados com isso, inclusive, alguns sites que propagam notícias falsas tentam se camuflar de sites jornalísticos e utilizam a estrutura e os recursos da notícia para dar à mentira uma roupagem de verdade.
Não é porque tem cara de jornalismo que é jornalismo. É fundamental que saibamos sempre quem apurou e divulgou originalmente a notícia. Na dúvida, vá atrás da fonte original.
5. Não compartilhe a informação sem ter a certeza da sua veracidade
Nunca compartilhe algo dizendo “não tenho certeza de que é verdade, mas vou enviar mesmo assim”. Qualquer coisa pode circular nas redes e se você compartilha sem checar, pode estar sendo usado como ferramenta de uma engrenagem de propagação de mentiras. Até mesmo vídeos que parecem verdadeiros, que mostram imagens e cenas, podem ter sido editados e descontextualizados. Tenha em mente que as fake news se alimentam de compartilhamentos. Portanto, não passe adiante sem ter a certeza da veracidade do fato. Se todos fizermos isso, conseguiremos romper com o caminho das notícias falsas e estas não terão mais força.