A Previdência Social está passando por uma reforma. Para explicar melhor sobre essas mudanças, o presidente do INSS Leonardo Gadelha, em conjunto com os especialistas Diego Sanchez de La Cruz (IE University-España), Paulo Tafner (IPEA) e Luís Eduardo Afonso (USP), participou de um debate promovido pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e pelo Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (vinculado ao Centro de Ciências Sociais e Aplicadas - CCSA), intitulado "Debatendo a Reforma da Previdência".
O palco da discussão, segundo o reitor da UPM Benedito Guimarães Aguiar Neto, foi concedido uma vez que a universidade é o principal campo de debates. “É aqui, na Universidade, que o livre pensamento, a livre expressão deve ser cultivada e praticada, assim como temas associados. A nossa Universidade não pode estar fora de uma discussão como essa, a exemplo do principal tema do Centro de Liberdade Econômica, ou seja, o papel do Estado na sociedade e a livre iniciativa”, conta o reitor.
Leonardo Gadelha, ao explicar sobre as gerações e os impactos que a reforma causará em suas aposentadorias, conta que há grupos mais beneficiados do que outros. “Suponho que essa geração da qual eu participo esteja acostumada a esse ritmo, pois as mudanças serão algo muito constante. E, para a geração Y, nem se fala. Essa é uma geração que já nasce com essa perspectiva”, completa.
De acordo com Luís Eduardo Afonso, o sistema de aposentadoria hoje precisa de uma reforma. “Temos um desenho incompatível com as características econômicas e demográficas do país (diferente da pirâmide tradicional), o que faz com que o Brasil tenha o idoso mais jovem do mundo e que se aposenta muito cedo. Ou seja, um mecanismo de redistribuição de renda mal desenhado”, explica o especialista.
O tema está na pauta do Governo há mais de um ano da última alteração das regras no setor. Especialistas divergem tanto sobre o cálculo de um alegado déficit quanto sobre as soluções apontadas. Segundo Paulo Tafner, o Brasil está acima da média em termos de gastos e abaixo da média em termos de envelhecimento. “Somos um país jovem que gasta tanto quanto um mais maduro – economicamente falando –, já que é desembolsado muito dinheiro na previdência”, explica. E a pergunta que fica é: essa reforma é mesmo necessária?