A crescente e acelerada utilização da tecnologia a favor do ser humano tem impactado de forma significativa vários aspectos de nossas vidas, desde como nos comunicamos até como realizamos nossas atividades diárias. Presente em praticamente todas as áreas, a Inteligência Artificial (IA) pode ser uma aliada em algumas atividades, que antes eram feitas apenas por pessoas, mas ainda não substituiu o contato físico, tão importante para o desenvolvimento do processo social.
No âmbito da educação, as inovações trazem benefícios, agilidades e eficiências, mas levantam questões preocupantes. A maior dificuldade em sala de aula, de acordo com a professora de Matemática do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) Palmas, Danubia Schikovski Nunes Vieira, principalmente após a pandemia, é o uso do celular.
“Os adolescentes nem percebem mais o quanto precisam visualizar uma mensagem recebida, um vídeo novo. É muito perceptível nos intervalos, entre uma aula ou outra, a extrema necessidade de abrir um aplicativo, que muitas vezes não passa de sete segundo e já se torna desinteressante”, aponta a professora.
Porém, ainda em sala de aula, alguns assuntos podem ser desenvolvidos com o auxílio das tecnologias e são válidas para que o processo educacional seja melhorado, bem como a compreensão dos conteúdos pelos alunos. Para Vieira, o uso de tecnologias também faz referência a um universo de possibilidades, com aplicativo e plataformas digitais, disponíveis de forma gratuita.
O fato é que, atualmente, o docente precisa vencer a barreira que o impede de aprender algo novo. “Estar atualizado o tempo todo já não pode ser mais específico para aqueles que gostam ou têm afinidade com o uso da tecnologia, mas para todos que precisam desenvolver seus conteúdos em sala de uma maneira mais expositiva”, afirma Vieira.
Para ela, a peça fundamental com o uso das tecnologias a favor da educação é o professor. “O docente entende e percebe cada necessidade dos alunos. Quando se dispõe a vencer as barreiras e investir em atividades dinâmicas, criativas e interativas, o professor consegue provocar em seus alunos o interesse”, disse Vieira.
Mas a professora destaca que somente disposição não é o suficiente para fazer uma aula interativa. É necessário um bom planejamento, tempo para estudo e pesquisas, entender os recursos que a escola disponibiliza e se debruçar nas tentativas e erros. “Como vamos aplicar os mesmos métodos para essa geração que muda o tempo todo? A conscientização dos profissionais também deve ser trabalhada dentro das escolas, para que percebam o quanto a evolução da tecnologia vem para agregar valores”, diz.
Por fim, Vieira reconhece que não é um processo fácil e tampouco barato, porém necessário para que o professor, de fato, entenda que suas aulas precisam causar impacto para que o processo de educação seja assertivo. “O desafio é grande, mas não o suficiente para um professor que vence, todos os dias, vários desafios dentro de uma sala de aula”, finaliza a docente do CPM Palmas.