Único no Brasil, o Banco de Multitecidos Humanos do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) iniciou, na terça-feira, 14 de dezembro, a captação de ossos na instituição, após obter a liberação da Central Nacional de Transplantes para captar tecidos músculo esqueléticos.
“Um acontecimento muito importante para quem aguarda transplantes. Captar na própria instituição garante um melhor processamento dos materiais coletados e, consequentemente, ajuda em um resultado melhor dos transplantes”, explica dr. Leon Grupenmacher, diretor do Banco de Multitecidos do HUEM.
A captação foi realizada pelos médicos dr. Gabriel Bonato Riffel e dr. Rodolfo Galera, com apoio da equipe interna do Banco de Multitecidos, coordenada pelo dr. Fernando Martins Rosa.
Sob gestão do HUEM desde março de 2021, o banco tem como objetivo selecionar doadores, captar, processar e armazenar tecidos de procedência humana e disponibilizá-los para fins terapêuticos e científicos. Trabalha com tecidos cardiovascular, ocular, músculo esquelético e pele.
Capacitação
No meio do ano, o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie promoveu uma capacitação para médicos cirurgiões se tornarem aptos a remover e processar os órgãos a fim de obter os diferentes tecidos.
Participaram médicos de diferentes hospitais. Após capacitados, eles conseguem extrair os tecidos nas instituições que atuam para, em seguida, enviá-las ao banco do HUEM.
O resultado de um bom transplante depende de diversos fatores, desde a correta retirada e processamento destes tecidos e o armazenamento adequado dos mesmos.
Demanda
A diminuição na ocupação dos leitos que estavam reservados para pacientes com Covid-19 vai permitir um aumento na realização de diferentes transplantes, que estavam em ritmo mais lento em virtude do menor número de leitos disponíveis para o procedimento.
Com a captação de ossos, o banco, que é o único do Brasil a captar válvulas cardíacas, e já captava pele e córneas, estará preparado para atender à demanda da Central de Transplantes do Paraná.