No dia 11 de novembro, o Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) deu início ao I Seminário da Consciência Negra do CCL. O evento Muito além de novembro: práticas antirracistas na comunicação foi pensado na importância de ampliar e aprofundar o debate e estreou com a palestra Desafios para uma comunicação antirracista.
Os convidados foram: o jornalista, crítico literário e biógrafo, Tom Farias; a professora do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM), Elisangela Nogueira; e o publicitário, fundador e CEO da Agência Freakout, Robson Rodriguez. A aluna de jornalismo da UPM, Eduarda Ramos da Silva, foi responsável pela mediação do encontro.
O projeto foi idealizado pelas professoras de Jornalismo da UPM, Vanessa Oliveira, Mirtes de Moraes e Patrícia Paixão. O coordenador do curso, André Santoro, agradeceu a realização do evento. “Nos alegra muito ter professores, alunos, profissionais que nos ajudam a pensar nessas questões essenciais para sociedade atual”, acrescentou ele.
O palestrante Tom Farias trouxe a reflexão de que muitos debatem o racismo de maneira confortável, “em uma sala de visitas”, enquanto outros estão discutindo e sofrendo o racismo. “Precisamos sair desse lugar da Consciência Negra ser um dia, uma semana e partir para uma ação muito mais profunda e repensar esse Brasil”, destacou o biógrafo.
Na Literatura, Elisangela Nogueira mostrou como os negros aparecem principalmente nos textos tradicionais de forma marginalizada, inferiorizada e discriminatória. “Estamos em um processo de dar voz aos negros, vários autores estão fazendo esse papel. Hoje podemos perceber que há um progresso, mas há muito a se percorrer e é uma luta diária, mas vamos chegar lá”, apontou a professora.
A comunicação é responsável por moldar a maneira da sociedade de pensar, a cultura e ditar tendências. Segundo Robson Rodriguez, o primeiro grande desafio é repensar em reconstituir essa história. “O que foi construído até aqui está totalmente deturpado, problemático. E nós já estamos lidando com a consequência disso”, completou.
Mas como mudar essa situação? Segundo a professora Vanessa Oliveira, é preciso levantar o debate de uma maneira profunda e constante. “Com muita escuta, leitura, aprendizado, paciência, construindo pontes. E é o que estamos fazendo hoje”, finalizou.
O seminário continua hoje, dia 12 de novembro, às 17h, e no dia 16, às 11h e às 17h, com transmissão on-line pelo canal do YouTube do CCL. Para mais informações, acesse o site.
Confira a palestra na íntegra: