O Instituto Cristão (IC), em Castro, no Paraná, associado ao Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM), implantou o Novo Ensino Médio em 2022, trazendo diversificação curricular, possibilidade de escolha entre itinerários formativos integrados nas áreas do conhecimento, ensino diferenciado com incentivos a projetos, tecnologia, vínculos com as áreas práticas e produtivas do IC e novos componentes curriculares alinhados à filosofia pedagógica e a visão cristã mackenzista.
Reconhecido pela alta qualidade de seu curso técnico em agropecuária, o Colégio oferece agora a possibilidade do ingresso no Ensino Médio ao público da região para quem deseja cursar apenas o currículo comum. O diretor pedagógico do IC, Bruno Romano, explica que o ensino mackenzista na região é direcionado tanto aos jovens que desejam ingressar em universidades públicas e privadas de qualidade para cursos considerados mais tradicionais, como também para aqueles que pretendem atuar na indústria agropecuária.
De acordo com ele, o novo Ensino Médio oferece dois itinerários formativos integrados: um na área de Humanidades e Linguagens, e outro em Matemática e Ciências da Natureza. “Os alunos recebem orientação nas primeiras aulas do Projeto de Vida, incluindo teste vocacional, e todos os professores apresentam os itinerários”, diz.
Romano conta que os alunos que já estão inseridos no novo formato se sentiram valorizados e protagonistas do currículo e, naturalmente, tinham várias dúvidas. “Procuramos sanar essas dúvidas nas aulas de Projeto de Vida e nas apresentações que os próprios professores fizeram das trilhas”, afirma ele.
O professor destaca que foi interessante acompanhar desenvolvimentos diferentes: na trilha de humanidades e linguagens, os alunos tiveram um desenvolvimento mais pessoal e intimista com os professores, que os conduziram em passeios urbanos, visitas a museus e aulas ao ar livre. Já na trilha de ciências e matemática, eles se mostraram bastante motivados com as metodologias aplicadas pelos professores nos laboratórios e projetos. “Dentro dos itinerários, o foco é nas metodologias ativas, para envolver o aluno experimentalmente e conscientemente no processo de aprendizagem”, acrescenta Romano.
As técnicas são as mais diversas: usam-se os jardins do Instituto, as áreas da fazenda, a biblioteca e o laboratório de ciências; as práticas consistem, em Humanas, na avaliação de um discurso retórico montado pelos próprios alunos em forma de discurso de persuasão, enquanto os alunos do itinerário de bioexatas fazem relatórios práticos das experiências em laboratório.
Interação e troca entre formações
Apesar de ser possível uma formação no Ensino Médio dissociada do ensino técnico em agropecuária, existem diferentes maneiras pelas quais a interação entre as duas áreas ocorre. Uma delas está na relação entre os docentes, por exemplo, alguns professores do Ensino Médio fazem uso de instalações e informações da fazenda, quando julgam oportuno. “Isso dá um aspecto diferenciado para essas aulas que não é possível encontrar em outros colégios regulares”, enfatiza o diretor pedagógico.
Por outro lado, o professor técnico de Tecnologia e Inovação, por exemplo, caminha próximo aos alunos nos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento exigidos pelos professores do Ensino Médio.
Mais uma forma de interação está nos projetos em comum, segundo Romano, pontuando que no dia 15 de outubro, aniversário de 107 anos do IC, será celebrado um dia de portas abertas à comunidade e uma Feira de Ciências, Cultura e Tecnologia, ao mesmo tempo. “Os alunos apresentarão projetos em comum, unindo as temáticas do Ensino Médio com a prática da formação técnica”, assinala ele.
Outro projeto que permitirá a integração das duas formações é a Cooperativa Escolar, uma empresa sem fins lucrativos administrada pelos próprios alunos, com participação de estudantes que cursam apenas o Ensino Médio também, envolvidos com os setores produtivos da fazenda.
Qualidade, diferenciais e responsabilidade
Além disso, o colégio contempla os componentes de Projeto de Vida e Ensino Religioso, alinhados com os princípios e filosofia do Mackenzie, oferecendo aos alunos um ensino de excelência dentro de um ambiente de fé cristã reformada.
Na lógica da diversificação curricular do Novo Ensino Médio, o componente MackENEM, acompanhado por avaliações externas realizadas periodicamente ao longo do ano, tem ajudado não só a preparar os alunos para o mais importante exame do país, mas oferece também uma avaliação diagnóstica do desempenho de cada aluno, a partir da matriz de habilidades e competências do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
O IC também aposta na autonomia do aluno e no desenvolvimento de sua responsabilidade, de seu caráter e de suas habilidades socioemocionais. Para isso, oferece uma sala de estudos em ambiente monitorado para uso no contraturno e, a partir de 2023, implantará a já citada Cooperativa para promover soluções inovadoras e alinhadas com a necessidade do mercado local. “Dessa forma, os alunos responsabilizam-se pelos projetos de ensino e participam ativamente do processo de aprendizagem”, complementa Romano.