Dermivaldo Divino, colaborador da Biblioteca da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) subiu ao palco e, antes de recitar uma poesia de sua autoria, disse ao microfone, “eu queria agradecer a oportunidade de poder mostrar o meu melhor”. Ele foi um dos três premiados no Mack Talento, evento organizado pelo Programa Mackenzie de Inclusão (PMI), da Coordenadoria de Gestão de Pessoas (CGCOM) do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), e que destacou o lado artístico dos colaboradores com deficiência do IPM. A entrega dos prêmios aconteceu na quinta-feira, 17 de dezembro, no campus Higienópolis, em São Paulo.
“A importância não só da apresentação, mas todo o trabalho que o Mackenzie vem fazendo com respeito às pessoas com deficiência. Dentro desse público existe muita gente talentosa. Quando se olha mais de perto, o melhor de cada um aparece”, completou Divino, que apresentou um belo poema.
Para participar do Mack Talento, os colaboradores poderiam se inscrever individualmente ou em grupos - até um máximo de dez membros por equipe. Para incentivar ainda mais a inclusão, o edital exigia o mínimo de um integrante com deficiência para validar a participação.
Como conta a responsável técnica pelo PMI, Cristiane Lico, "neste ano comemorativo, o objetivo era ressaltar a história do Mackenzie, que sempre promoveu a inclusão de forma empática. A ideia era fazer isso de forma lúdica, trazendo colaboradores com ou sem deficiência para trabalharem juntos, em grupo, em prol de um objetivo, valendo uma premiação", destaca ela.
Para isso, os colaboradores se inscreveram,encaminharam vídeos - que foram avaliados por uma comissão - e três finalistas foram escolhidos para se apresentarem ao vivo durante a premiação que reconheceu os melhores de cada categoria.
“Todo ano, fazemos um evento no Dia da Pessoa com Deficiência para valorizar os nossos colaboradores e trabalhar o tema. Queremos demonstrar o quanto a inclusão é importante e o quanto o Mackenzie valoriza a inclusão”, explica, Cristiane.
"Sabemos que este é ainda um caminho longo e lento a ser percorrido, mas se cada um de nós mudar o olhar para a questão e conseguir mostrar isso para pelo menos mais uma pessoa, estaremos exercendo o verdadeiro espírito mackenzista. É nosso papel enquanto instituição promover a inclusão e desmistificar mitos e preconceitos naturais sobre o tema para todos os colaboradores. Precisamos lembrar que as pessoas devem ser avaliadas pelas suas competências e habilidades e não por sua deficiência", enfatiza a coordenadora da CGCOM, Tiara Rabaglio.
Uma das pessoas participantes da comissão de avaliação foi Luciene Aranha, curadora do Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM), que observou detalhes técnicos e conformidade com o tema em sua análise. “Olhei também a criatividade que eles tiveram para mostrarem os talentos, as ideias para ver se estavam de acordo com o tema, que era a inclusão".
Luciene assinala ainda que, além da avaliação para o concurso propriamente dita, aproveitou a oportunidade para fazer sugestões construtivas sobre os trabalhos. Ela diz que gostaria de ver cada vez mais engajamento dos colaboradores em ações como essa, mas reconhece que esse ano foi atípico. "Para o ano que vem, com mais divulgação, inclusive com os vídeos vencedores deste ano, vamos estimular mais colaboradores a participar", adiciona.
Presente durante todo o evento, o presidente do IPM, José Inácio Ramos, garantiu que novas edições do Mack Talento serão realizadas nos próximos anos. “Algumas empresas estão cortando, por causa da pandemia, justamente no desenvolvimento humano e isso é um erro, pois essa área é a alma de uma instituição. Por isso, essa programação deve crescer”, declarou ele.
O diretor de Desenvolvimento Humano e Infraestrutura do IPM, José Francisco Hintze Junior, parabenizou a todos que participaram da ação. “Vocês têm coragem para se inscrever e eu espero que essa coragem seja espalhada. Que nós do Mackenzie possamos trazer mais pessoas com deficiência e, assim, possamos estar sempre aprendendo com eles”.
Além de poesia, o show de talentos premiou a categoria musical, com o conjunto formado por Talita Araújo, Vivian de Holanda, colaboradoras do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da UPM, David Rodrigues, do setor de Correspondência do IPM, e Diana Rodrigues. “Sentimos um pouco de dificuldade porque cada um é de um setor, mas nós conseguimos, em um tempo curto, participar e se envolver. Foi show de bola, adorei”, disse Vivian de Holanda.
Na categoria humor, a vitoriosa foi Daniela Ayala Jubran, que fez uma pequena esquete humorística junto com a filha, Maria Julia Ayala Bueno. “Esse evento veio mesmo para trazer conscientização. É uma busca por equidade, para as pessoas pararem de achar que o deficiente é uma pessoa completamente diferente de alguém sem deficiência”, comemorou ela.
O Mack Talento contou ainda com a participação da colaboradora Roseli Behaker Garcia, que fez uma bela e alegre apresentação musical que embalou a todos. O evento foi realizado com os recursos de acessibilidade, possibilitando experiências mais completas para as pessoas com deficiência que estiveram presentes e foi encerrado com a entrega das merecidas premiações aos três finalistas pelas mãos do presidente, do diretor de Desenvolvimento Humano e Infraestrutura, e toda equipe CGCOM do Programa Mackenzie de Inclusão: Cristiane Lico, Roseli Garcia, Sheila Pamplona e Tiara Rabaglio.
As apresentações foram autorais, engraçadas e emocionantes, e a próxima edição já está em planejamento. Fiquem ligados!