Em um ambiente por vezes duro e complicado como as alas de um hospital, ouvir risos e gargalhadas pode provocar estranhamento. Porém, o humor certamente promove uma melhora no bem-estar de quem está em tratamento e nos familiares que acompanham os pacientes. Com isso em mente, alunos da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) se organizaram na Operação Vagalume, um projeto para levar alegria a diversas pessoas que enfrentam a dura rotina de um hospital.
Inspirados em organizações conhecidas como “doutores da alegria”, os estudantes usam o humor como forma de levar um pouco de alegria a crianças, adultos e idosos que enfrentam os mais diversos tratamentos no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM). O projeto voluntário está com inscrições abertas até o dia 02 de março.
“O projeto tem como objetivo realizar um trabalho voluntário que envolva os pacientes, seus acompanhantes e também todos os funcionários do hospital através da terapia do riso. A ideia é mesmo levar um pouco de humor, de alegria, música, descontração e leveza para o ambiente hospitalar”, explicou a coordenadora da Operação Vagalume, Karinne Cotrim.
A terapia do riso tem sido um método complementar em tratamentos médicos e psicológicos, que contribui para o bem-estar do paciente e pode proporcionar a melhora de determinados quadros de saúde. É pautada nas ideias do médico norte-americano Hunter Doherty Patch Adams, que serviu de inspiração para o filme Patch Adams - O Amor é Contagioso, em que, o ainda estudante de medicina, se fantasiava de palhaço nos corredores do hospital em que trabalhava.
De acordo com a coordenadora do projeto, chamado carinhosamente pelos seus componentes apenas de Vaga, outro objetivo é contribuir para uma formação mais humanizada dos futuros médicos da FEMPAR, ao permitir o desenvolvimento de habilidades de interação e o aprimoramento da relação médico-paciente. “O Vaga promove assim uma medicina mais humanizada, voltada para o paciente, ensinando os estudantes a compreender na prática o conceito de medicina holística na qual o paciente é visto como um todo, para além da doença e do leito”.
As visitas ao hospital são realizadas sempre aos sábados, com metade do grupo - a cada 15 dias o participante estará presente na atividade. “Temos um espacinho no hospital no qual podemos nos caracterizar como palhaços, então primeiro temos um momento de montar o figurino, depois fazemos uma parte de aquecimento para ‘entrar no personagem’, e nos prepararmos para as visitas”, explica a coordenadora.
Durante a visita, Karinne conta que são feitas interações nos quartos ou mesmo nos corredores, os integrantes conversam com os pacientes, cantam músicas a pedido deles e brincam com as crianças. “Vale tudo numa visita do Vaga: já teve disputa de carrinho com criança dentro, aulas de dancinha de Tik Tok para palhaços promovidas por garotinhas pequenas, já teve até casamento dos pacientes realizado por um palhaço”.
Inscrições abertas
Os alunos da FEMPAR interessados em participar do projeto têm até às 14h do dia 02 de março para se inscreverem no projeto, por meio de formulário on-line. São dois tipos de formulários: para os novatos no projeto, o que corresponde a 60% das vagas, e para quem deseja continuar como voluntário, são destinadas 40% das vagas. Serão disponibilizadas 45 vagas. As fichas cadastrais podem ser acessadas aqui.
Após a inscrição, será realizado um processo seletivo por meio de entrevistas, que abordará a prática do improviso e acontecerá presencialmente nos dias 07 ,08 e 09 de março no prédio da FEMPAR. O critério de seleção para os novos no projeto será: destaque e dedicação para responder o formulário no Google e destaque na entrevista. Já os alunos que já participaram do projeto, terão como critérios de seleção o tempo de projeto, presença nas visitas e capacitações e proatividade no projeto, sem a necessidade de passar pelas entrevistas novamente.
O Vaga oferece certificado de participação em “projeto de extensão” de 45 horas aos voluntários participantes. “Mas para isso é preciso participar de tudo, comparecer às visitas no dia do seu grupo e completar no mínimo 30 horas e não pode ter mais de 3 faltas nas atividades propostas”, alerta Karinne Cotrim.
História
A Operação Vagalume foi fundada em 2005 pela então estudante Caroline Biondo. Em 2011, ela escreveu uma carta para o próprio Patch Adams, que a convidou para acompanhar um curso na Rússia sobre a palhaçoterapia. Ao retornar, ela buscou criar o projeto.