Em comemoração aos 75 anos do curso de Matemática, a Faculdade de Computação e Informática (FCI) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) transmitiu, ao vivo, no dia 27 de setembro, a abertura do II Seminário Internacional de Matemática Mackenzie, com o tema Ser professora(a): uma construção individual e coletiva. A palestrante foi a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Rita de Cássia Gallego.
O evento on-line contou com intérpretes de libras e teve como objetivo instruir os futuros professores. O reverendo José Carlos Piacente fez o momento devocional nos primeiros minutos do evento e, em seguida, o reitor da UPM, professor Marco Tullio de Castro Vasconcelos, saudou os discentes e expressou sua gratidão por suas vidas. “São jovens que nos trazem alegrias, nos dão motivação para fazer o nosso trabalho”, acrescentou o reitor.
A mediação foi realizada pelo diretor do Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT) da UPM, professor Marcelo Martins Bueno, que se mostrou grato pela trajetória do curso. “São 75 anos formando bons professores de Matemática. Valorizar o educador e a educação tem sido a marca do Mackenzie”, pontuou.
A profissão do docente
No primeiro momento, Rita de Cássia falou sobre a identidade do professor. “Você, sendo um professor comprometido, está marcando a vida desse sujeito (o aluno). Se você entrar na sala de aula, você toca, necessariamente, a vida de muitos sujeitos, assim como seus professores tocaram as suas vidas”, destacou. A convidada tornou sua participação dinâmica por meio de interações na plataforma Mentimeter, comentando também as considerações feitas pelos espectadores no chat.
A professora também expôs a obra “Operários”, de Tarsila do Amaral, e perguntou qual a relação entre o quadro e a profissão docente. Ela mostra sua visão de que muitas vezes os professores são tratados como massa. “Fazemos parte desse projeto coletivo de formação e muitas vezes nos veem como essa massa, sem identidade, sem local, sem momentos de formação”, criticou.
Ela ainda acrescentou que ser professor é se juntar a uma classe profissional organizada. “A gente tem a luta pelos direitos, um código que nos aproxima como profissionais e também um processo de profissionalização”, diz. Entretanto, a palestrante apresentou um outro lado, o caminho das histórias individuais.
“Quem são esses sujeitos (professores) como pessoas? Onde estudaram? Onde se formaram? Quais foram as suas raízes? Como eles se tornaram professores? Onde aprenderam a ser professores? Que experiências tiveram? Essa diversidade, que vai saltando aos nossos olhos, nos mostra que cada um aqui presente, que atua como professor, tem a sua marca”, exemplificou Rita.
Provocando uma reflexão, a palestrante perguntou aos estudantes se eles sabiam como construir suas próprias marcas e, ao decorrer da palestra, explicou sobre os saberes essenciais para atuar como docente, que segundo o filósofo e professor de sociologia da Faculdade de Educação da Universidade de Montreal, Maurice Tardif, são quatro núcleos de saberes docentes: profissionais/científicos; experiência; disciplinares e curriculares. “O Tardif traz uma ideia que eu considero sensacional, a de que os saberes são transitórios e são plurais”, expressou.
A palestrante comparou a profissão de professor com uma árvore e convidou os espectadores a refletirem como seria representada a árvore da vida de cada um, questionando: quais minhas origens, escolas e professores marcantes? (representando as raízes da árvore); como me represento hoje? (tronco); e como me projeto? (folhas). Rita também esclareceu dúvidas dos alunos ao final de sua apresentação.
Além das autoridades já citadas, também estavam presentes no encontro a coordenadora dos Programas de Pós-Graduação, professora Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira, que representava o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Felipe Chiarello; a diretora da FCI, Daniela Vieira Cunha; e a coordenadora do curso de matemática, Vera Lucia Azevedo.
Confira o evento na íntegra aqui.