Na última terça-feira, 29 de novembro, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) promoveu o 1° Simpósio de Inclusão Social de Residentes do Sistema Carcerário, que debateu, entre outros temas, o Projeto Confideri da UPM, que atua com egressas do sistema carcerário. A iniciativa foi realizada em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil/São Paulo (OAB/SP); a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP); Conselho Penitenciário de São Paulo (COPEN); e a Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (FUNAP).
“O que nos une nessa manhã é a defesa da vida e dos direitos humanos. Isso é um tema muito importante e de grande valor para o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM)”, pontou o Luís Roberto Rocha, diretor de Saúde e Faculdades, que esteve representando o presidente do IPM, Milton Flávio Moura.
De acordo com o presidente executivo da FUNAP, coronel Henrique de Sousa Neto, que esteve representando o secretário de Manutenção Penitenciária, coronel Nivaldo César, “esse trabalho exige esforço de muita gente para que as pessoas sem liberdade tenham a oportunidade de mudar suas vidas”, disse.
“É um projeto de ressocialização que tem sido muito bonito. Nós vivemos num país que tem muitos problemas graves e situações indesejadas que devem ser superadas. Espero que esse projeto auxilie nisso e dê voz e qualidade de vida para essa comunidade”, declarou o reitor da UPM, Marco Tullio de Castro Vasconcelos.
A primeira mesa do evento apresentou a temática Histórias de Sucesso na Inclusão Social de Residentes do Sistema Penitenciário. Nela, o vice-presidente do COPEN, Joaquim Henrique Fernandes explicou que incluir é desmistificar o que os cidadãos classificam numa linha indevida. “Precisamos mostrar à sociedade brasileira que presos não são cidadãos de segunda espécie, e que merecem ter uma perspectiva de vida”, frisou.
“O segredo da reintegração da pessoa privada de liberdade é vencer o preconceito. As pessoas acham que esses indivíduos não estudam, não trabalham, e vão continuar sendo um perigo para a sociedade. Nossa obrigação é cuidar para que, ao saírem das penitenciarias, elas encontrem uma estrutura de educação e saúde melhor” pontuou o coronel Sousa Neto.
Como Desenvolver um Programa de Inclusão foi a temática escolhida para a segunda mesa do evento. Ana Lucia Vasconcelos, uma das idealizadoras e coordenadora do Projeto Confideri, comentou ao longo de sua fala que o principal objetivo é “oportunizar espaços e novos vínculos, pensando que a educação e o trabalho façam a diferença.”
Ela ainda frisou que a iniciativa tem envolvido 71 pessoas (mestres, doutores e graduandos) de todas as áreas do conhecimento. Já a metodologia busca desenvolver habilidades sociais, éticas, empreendedoras e técnicas, em prol do resgate da cidadania. Cada coordenador foi chamado à mesa para explicar de forma breve o objetivo de suas iniciativas e como se deu o envolvimento dos integrantes do projeto.
“Não foi um processo rápido. Mas o que interessa é que outras instituições criem projetos como esse, ou maiores, porque a vocação da universidade é essa: desenvolver algo melhor para a sociedade”, adicionou a professora Patrícia Bertolin.
Também compuseram mesas ao longo do evento as autoridades: presidente do COPEn, Breno Montanari Ramos; pró-reitor de Extensão e Cultura (PREC), Cleverson Pereira de Almeida; coordenador de Programas, Projetos e Serviços da PREC, Lindberg de Moraes; professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Fanni Grinfeld; professor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), Nelson Fragoso; professora do Centro de Comunicação e Letras (CCL), Denise Paiero; professora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Isadora Simões; professora da Faculdade de Direito (FDir), Bruna Angotti; assistente da capelania institucional, Denise Bessi; professora do CCSA, Claudia Klement; professora do Centro de Educação Filosofia e Teologia (CEFT), Ana Lucia Lopes; diretor adjunto de Atendimento e Promoção da FUNAP, major Marcos de Godo; e professora do CEFT, Maria Eliza Pereira Lopez.
O Simpósio
A iniciativa surgiu do processo de avaliação contínua do que a Universidade tem feito, das reflexões constantes realizadas em conjunto com a FUNAP. O trabalho colaborativo é uma saída, um vetor para que impactos sejam percebidos na sociedade.
Assim, tanto a UPM como a FUNAP entenderam que precisavam partir para identificar potenciais apoiadores. Desse modo, encontraram este apoio no COPEN, que percebeu a necessidade de envolver outras IES paulistas para que, a partir do projeto-piloto desenvolvido pela UPM, outras iniciativas possam ser propostas, desenvolvidas e colocadas em prática.