Nos dias 08 e 09 de outubro, o curso de Psicologia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) recebeu os psicólogos e recém formados alunos Guilherme Queiroz Carboni Nogueira e Thais Suarez Guimarães para falar sobre o projeto Apadrinhamento Afetivo do Mackenzie, realizado em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo.
O apadrinhamento afetivo consiste, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, em proporcionar e estimular crianças e adolescentes, que estejam em abrigos ou em acolhimento familiar, à formação de vínculos afetivos com pessoas de fora da instituição ou da família afetiva onde vivem e que se dispõem a ser padrinhos.
A ideia do projeto do Mackenzie é proporcionar às crianças e adolescentes vínculos duradouros, a ampliação de experiências sociais e de convivência familiar, relações das quais são privadas quando passam a viver em abrigos.
Para a psicóloga Thais, o apadrinhamento é uma forma de amor. “Gosto muito de usar essa palavra, se temos amor, podemos dar e receber. Proporcionar isso, da melhor forma possível, é gratificante, além do mais, você acaba aprendendo quem é você e quem é o próximo”, declarou.
A maioria das crianças e dos adolescentes permanecem nos abrigos até os 18 anos de idade. Nesta circustância, de acordo com Thais, é necessário o auxílio de pessoas para aprimorar e incentivar a busca por um futuro e pela autonomia. “Sabemos que quando saímos da escola, temos de ir para faculdade, trabalhar. Mas e essas crianças, que em grande parte não sabem nem mesmo ler ou escrever? É preciso mostrar que existem possibilidades para essa crianças que vivem num abrigo", disse.
É importante ressaltar que o apadrinhamento não é uma experiência para adoção, nem remete à guarda do apadrinhado. Inclusive, o interessado não pode estar na lista de adoção. O foco é, exclusivamente, no afeto.
Os padrinhos só conhecem o afilhado após oito encontros. Antes disso, ocorre todo um processo, assistido pelos participantes do Apadrinhamento Afetivo, para qualificar, promover a reflexão e se cabe, naquele momento da vida dos interessados, um compromisso como este. “Começamos com um grupo grande que acaba se reduzindo. Temos muitas pessoas envolvidas para sempre fazer da melhor maneira possível tudo dar certo, porque estamos tratando de pessoas", completa Thais.
O professor Marcelo Moreira Neumann, coordenador do projeto, afirma que o grupo infantojuvenil é extremamente vulnerável e precisa de acompanhamento, e o Mackenzie, ao abrir espaço para promover o apadrinhamento, contribui para o auxílio e assistência individualizada deste público. “Tudo isso casa com a missão do próprio Mackenzie”, completa.
Como ser um padrinho ou madrinha?
Qualquer configuração familiar pode apadrinhar uma criança ou um adolescente, inclusive pessoas solteiras, só é necessário ter a idade mínima de 25 anos. Disponibilidade de tempo e energia são consideradas peças chave para a construção de uma rede de apoio para o apadrinhado e, em conjunto com outros órgãos, como a Vara da Infância e da Juventude, desenvolver um planejamento de vida.
As inscrições para apadrinhar já estão abertas. Quem tiver interesse, basta entrar em contato com o Serviço Escola do Mackenzie pelo telefone 2114-8342.