A indústria audiovisual, ao longo de seus anos de existência, tem se consolidado e aumentado cada vez mais a popularidade entre pessoas de diferentes idades, classes sociais e culturas. Neste percurso histórico, algumas mulheres notáveis marcaram a sétima arte inspirando e moldando gerações.
Alice Guy-Blaché
Nascida na França, Alice Guy-Blaché tinha apenas 21 anos quando teve contato com um dos primeiros aparatos de filmagem da história, o cinematógrafo, em 1895. Rapidamente percebeu um potencial transformador: as filmagens poderiam servir para muito mais do que apenas mostrar cenas cotidianas ou registros científicos, sendo também uma ferramenta para contar histórias. Alice começou seu trabalho de diretora, escreveu, dirigiu e produziu o primeiro curta metragem de ficção científica da história audiovisual: “A Fada do Repolho” (1896).
Em 1910, fundou seu estúdio nos Estados Unidos (EUA), a Solax Company, que se tornou um dos maiores do país, impulsionando a indústria com sua originalidade. A diretora foi uma defensora incansável da liberdade de expressão e financeira das mulheres.
O pioneirismo e originalidade de Guy é visível em suas produções, que abordavam temas variados da vida cotidiana. Ela foi a primeira a trazer ao cinema um elenco inteiramente de pessoas negras no curta-metragem intitulado “A Fool and His Money” (1912).
Lois Weber
Antes da era moderna de Hollywood, a americana Lois Weber manifestou seu talento artístico no ramo. Pioneira em técnicas como split-screen e dupla exposição, foi a diretora mais bem paga de Hollywood, em 1916.
Weber foi a primeira mulher a produzir uma longa-metragem - baseada numa peça teatral, intitulada “O mercador de Veneza” (1915). Em 1928, ao observar as mudanças na indústria cinematográfica e, em um artigo, destacou a importância da inserção das mulheres no mercado audiovisual.
Hattie McDaniel
Hattie McDaniel nasceu em 10 de junho de 1895, em uma época em que o cinema estava apenas começando a dar seus primeiros passos. Iniciando sua carreira no rádio, transicionou para o ramo audiovisual, e logo se destacou por seu talento como atriz e comediante, mas também enfrentou os desafios da sociedade daquela época.
O momento mais notável na carreira de Hattie McDaniel ocorreu em 1939, quando ela desempenhou o papel de Mammy no filme "E o Vento Levou". Sua atuação lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, feito histórico que fez de McDaniel a primeira atriz negra a receber um Oscar, um marco na história do cinema daquele período.
Frances Marion
Citada como a maior roteirista do século 20, a americana Frances Marion foi uma das vozes mais influentes em Hollywood. Iniciou sua carreira como atriz na era do cinema mudo, mas foi no campo do roteiro que encontrou sua verdadeira vocação. Durante a carreira, escreveu mais de 300 roteiros alternando entre o cinema mudo e o falado.
Sua carreira decolou quando ela começou a trabalhar com a atriz e produtora Mary Pickford. Juntas, elas colaboraram em vários filmes de sucesso, incluindo "Stella Maris" (1918) e "Pollyanna" (1920). Frances Marion foi uma das pioneiras na arte de escrever roteiros que conectam profundamente o público com os personagens e suas histórias.