A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), por meio da Coordenadoria de Fomento à Pesquisa (CFP), da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPG), realizou, na quarta-feira, 10 de março, o webinar Mulheres na ciência: História de vida, um encontro comandado por professoras da UPM para discutir os desafios e as conquistas das mulheres no mundo acadêmico.
Há praticamente 200 anos, era impensável para uma mulher ser cientista, pensadora ou pesquisadora. No entanto, a realidade tem mudado e elas estão virando o jogo. Atualmente, 54% dos estudantes de Doutorado e 43,7% dos pesquisadores no Brasil são mulheres. Apesar das conquistas, muitos desafios se impõem, principalmente no quesito liderança: ainda são muito discrepantes os dados de mulheres em cargos de chefia, como por exemplo, apenas 21% das coordenações de programas de pós-graduação brasileiros são do sexo feminino.
“Ser mulher e ser cientista é um duplo desafio, mas a mulher está preparada para isso. Sempre vamos encontrar algumas barreiras e precisamos de espaço para falar sobre elas. O Dia Internacional da Mulher marca uma fala que não pode ser calada, para qualquer mulher. Temos que lutar pelos nossos direitos, principalmente pela igualdade”, afirmou uma das palestrantes, Maria Lúcia Vasconcelos, professora do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da UPM.
O encontro também contou com a participação internacional da pesquisadora Lívia Eberlin, atuante na área de Química Analítica da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Para ela, o desafio começa no fato de poucos programas serem estruturados pensando nos desafios do universo feminino.
“A estrutura do trabalho acadêmico foi desenvolvido e pensado, durante décadas, numa visão de que o cientista e o professor é um homem. Essa estrutura não respeita muito as singularidades da mulher, muito menos outras funções que nós temos, como por exemplo, ser mãe”, adiciona ela.
Apesar de tratarem das grandes barreiras enfrentadas pelas mulheres no mundo da ciência, o encontro também foi uma oportunidade para elas evidenciarem sua paixão pela pesquisa. “A pesquisa, a nossa busca pelo saber e a curiosidade são coisas que nos fascinam. Cientista nunca sai do trabalho, porque as ideias estão o tempo todo em nossa cabeça”, disse a professora da Escola de Engenharia (EE) Cecília Castro e Silva, que trabalha na pesquisa com o grafeno.
O evento contou ainda com a moderação da professora da UPM, Roseli Caldas, e com a auxiliar de capelania da UPM, Denise Victor, que foi responsável pelo momento devocional. Na reflexão, ela evidenciou como a mulher virtuosa é aquela que pode ocupar cargos e profissões que ela quiser. “Ainda que ocupemos lugares de grande importância, podemos ser co- participantes da história da redenção. Por trás da história de cada história, Deus se faz presente”, explicou.
Participantes do evento
O encontro em homenagem às mulheres contou com a participação do reitor da UPM, professor Marco Tulio de Castro Vasconcelos; do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Felipe Chiarello; e do coordenador de Fomento à Pesquisa, professor Jan Carlo Delorenzi.
“Na nossa sociedade, precisamos da participação feminina cada vez mais forte, seja na política, no ambiente judiciário e também na academia”, destacou o reitor da UPM, que ainda desejou que o evento servisse de estímulo e ânimo para todas as mulheres pesquisadoras.
Para Chiarelo, realizar um encontro como esse é uma prova de que o Mackenzie se preocupa com valores e princípios de igualdade. “É importante marcar essa posição de que o Mackenzie se preocupa e reflete essas questões tão importantes para nossa sociedade”, afirmou.