Na quinta-feira, 04 de abril, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) foi sede do terceiro dia do II Encontro Brasileiro de Urbanismo Social, organizado pela Rede Brasileira de Urbanismo Social. O evento, realizado em diferentes espaços no centro de São Paulo, tem a intenção de compartilhar experiências, conectar iniciativas e consolidar aprendizados sobre o tema.
Na ocasião, foi apresentado o Guia de Urbanismo Social, com mais de 40 autores e organizado pelo diretor da FAU, professor Carlos Leite. A obra apresenta e discute conceitos do urbanismo social e diferentes tópicos relacionados ao tema principal. “Começamos definindo o que é urbanismo social e o que é o social do urbanismo. O urbano das nossas cidades é muito corporativo, então, sim, precisamos do uso do adjetivo social”, afirmou Leite.
O professor também destacou que “não há espaços de convivência e de pertencimento” nas favelas brasileiras, o que justifica o fato de o Guia ser distribuído, gratuitamente, para as comunidades e pessoas que moram em territórios periféricos, seja nas áreas centrais ou nas bordas da cidade.
“O Guia não é um trabalho acadêmico, o objetivo dele é ser um trabalho muito acessível com informações básicas, o que fazer, como fazer e, assim, transformar os nossos territórios”, disse o diretor da FAU.
A professora do Laboratório de Cidades do Insper, Laryssa Kruger, falou sobre as políticas públicas como pano de fundo no urbanismo social, na perspectiva brasileira. “É bastante comum trabalhar o termo em um sentido positivo, quando, na verdade, as políticas públicas são mais bem alinhadas ou menos alinhadas às necessidades da população ou na produção de desigualdade”, apontou Kruger.
Para a sócia-fundadora da Diagonal - consultoria em gestão social, que apoia organizações a elevarem o impacto socioambiental positivo -, Katia Mello, o urbanismo social é uma estratégia que traz formas de enfrentamento à desigualdade. "É fundamental ter esse espaço na universidade, dentro das políticas públicas e junto às comunidades para discutir soluções que promovam informações para as pessoas”, disse.
O Guia de Urbanismo Social, que tem o apoio da Diagonal em sua realização, é uma proposta de conjunto de experiências, pois “o desafio não é ter boas experiências, mas sim a sustentação dessas experiências”, afirmou Mello.