As mackenzistas Manoela de Assumpção, Verônica dos Santos Ribeiro e Vitória Pereira Munhoz, do curso de Design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), conquistaram o 2º lugar na 1ª edição do Prêmio Adriana Adam de Design, com o projeto da Luminária Auris. A equipe foi orientada pelos professores da FAU, Teresa Riccetti, Grace Kishimoto e Olavo Egydio de Souza Aranha.
O Prêmio, que nasceu sob inspiração do arquiteto e designer italiano Gaetano Pesce, teve abrangência nacional e foi destinado a universitários e profissionais com até cinco anos de formados. O arquiteto e crítico de design, Marcelo Lima, fez a curadoria da premiação, enquanto especialistas do Brasil e do exterior formaram o corpo de jurados, responsáveis por avaliar a originalidade da linguagem, a inovação técnica e o uso de novos materiais, critérios decisivos do concurso.
O motivo da premiação
O conceito da Luminária Auris, inspirada nas árvores cobertas por urupês, foi desenvolvido em uma disciplina focada em design de produto. Segundo Manoela de Assumpção, o desafio era criar uma luminária com base em uma persona designada de forma aleatória. As mackenzistas esmiuçaram cada conceito e os traduziram em imagens de referência para delinear suas ideias. “A cada esboço fomos chegando mais próximas àquele que viria a ser o desenho da Auris. Tudo isso com acompanhamento dos nossos professores, que nos instigaram a ir além. Com muita dedicação, o projeto foi tomando forma até chegar ao resultado que apresentamos”, conta.
O diferencial do projeto é o material utilizado. “O papel vergê empregado na confecção das pétalas é resistente o bastante para segurar a forma e delicado o suficiente para permitir que a luz passe, proporcionando um acabamento interessante”, explica Manoela.
Protótipo da Luminária Auris
Segundo regulamento do Prêmio, os projetos vencedores deveriam ser objetos relevantes e significativos, genuinamente afinados com as necessidades presentes e futuras, bem como ter criatividade e inovação como os projetos que norteiam a trajetória da designer, Adriana Adam. “O projeto traz conforto e bem-estar para a casa das pessoas, apresenta criatividade, aplicação do uso do material e originalidade da concepção morfológica”, destaca a orientadora Teresa Riccetti.
O renomado Gaetano Pesce destacou que a Luminária Auris apresentava os quesitos de originalidade de linguagem, inovação técnica e criatividade com o uso inédito do material e pela concepção morfológica. Ele disse que a ideia do projeto o impressionou, pois o lembra das orquídeas presentes na região da Amazônia.
Apoio acadêmico e profissional
Com o curso de Design do Mackenzie, os estudantes puderam ter as perspectivas expandidas e a criatividade desenvolvida, seja pelo vasto repertório sobre a história do Design, ou o incentivo dos professores, que segundo Vitória Pereira, foi fundamental para a concepção do projeto. “Eles nunca deixaram de nos impor desafios para que saíssemos de nossa zona de conforto e explorássemos as diversas possibilidades. Conforme o projeto caminhava, eles contribuíam com suas próprias experiências no ramo profissional do design”, diz.
A equipe enfrentou 400 inscritos e esse destaque é importante para a Universidade como um todo. “O resultado da premiação demonstra que o curso ensina projeto com didáticas que acompanham o status quo do design. O curso privilegia a atuação ampla generalista possibilitando ao discente o gosto e interesse por muitas áreas do design”, explica Nara Martins, coordenadora do curso de Design.
Para a aluna Verônica dos Santos, receber o prêmio que carrega o legado da Designer Adriana Adam é sinal de reconhecimento e respeito. “Estamos realizadas. Esse é um trabalho do segundo período do curso, projetado por três principiantes no universo do design de iluminação, por isso ele elucida nosso potencial e nos motiva a aprimorar continuamente”,
O Design é um campo de projeto da cultura material e imaterial (entende-se por a imaterial, design de serviços, apps e experiência do usuário e UX e UI) que está sempre em evolução, como explica o orientador Olavo Egydio.
“Por isso a formação em design não deve ser engessada. Se for, não acompanhará as mudanças nas sociedades diante das suas complexas e rápidas transformações, especialmente dos processos produtivos e culturais ligados à sociedade contemporânea”, destaca o professor.
O curso do Mackenzie tem 50 anos e durante esse período a equipe disciplinar trabalha e ensina como projetar diante das necessidades da sociedade e como resolver os problemas socioeconômicos culturais. Para a professora Grace Kishimoto, a conquista do 2º lugar no prêmio proporcionou alegria e orgulho. “Foi o reconhecimento de um trabalho em equipe com dedicação tanto das alunas como dos professores envolvidos. E também o reforço de que o ensino no Curso de Design do Mackenzie também está atendendo as demandas do mercado”, finaliza.
Além de um prêmio em dinheiro e viagem, o concurso oferecerá aos seus três primeiros colocados a execução de um protótipo, que será conduzido por uma das empresas parceiras. Os itens ainda ganharão uma exposição coletiva, prevista para acontecer durante a 61ª edição do Salone del Mobile, em Milão, na Itália.