O Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) promoveu, na quarta-feira, 07 de abril, palestras especiais para comemorar o Dia do Jornalista. Os debates começaram na parte da manhã e terminaram à tarde, com quatro mesas realizadas ao longo do dia.
A terceira mesa contou com a presença das professoras da UPM, Márcia Detoni e Vanessa Oliveira, que foram responsáveis pela mediação das discussões. As três participantes convidadas, que são jornalistas formadas na UPM, compartilharam experiências e reflexões com os estudantes mackenzistas. Camila Abranches, que trabalha na agência Bowler e é gerente de Comunicação da Dasa; Maria Célia Rehder, que atua como consultora da Unesco Brasil; e Milena Buarque, que faz parte da equipe do Itaú Cultural, foram as debatedoras da tarde.
“Nossas convidadas representam a figura feminina que trabalha no jornalismo hoje. Nós temos, atualmente, mais mulheres do que homens na redação e, mesmo assim, elas encaram as dificuldades de ser do sexo feminino no ambiente de trabalho, principalmente quando se trata de cargos. Desigualdade no salário é algo que deve se debater”, diz a professora da UPM, Márcia.
No início da palestra, foram apresentados alguns dados sobre a atuação da mulher no jornalismo. Pesquisa de 2017 da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) mostra que 83,6% das respondentes já sofreram algum tipo de violência psicológica; 65,7% já tiveram sua competência questionada; e 64% já sofreram abuso de poder de chefes ou fontes.
As debatedoras ressaltaram a importância da discussão do assunto, pois a desigualdade ainda existe, principalmente no ambiente de trabalho. “A Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, lançou a agenda 2030, que é um compromisso global do desenvolvimento sustentável. Nessa agenda há 17 objetivos para um mundo melhor e mais coerente. Dentro deles, um trata especificamente da igualdade de gêneros, que é o ODS 5. Além deste, o ODS 8 fala sobre o trabalho descente e a igualdade de salários”, diz Maria Célia.
Um dos desafios mais importantes é não naturalizar a desigualdade de gêneros no ambiente de trabalho, como questiona Camila. “Será que essa pessoa estaria falando assim comigo se eu fosse um homem, por exemplo? A própria mulher começa a se questionar sobre isso, pois sabe que na verdade existe uma grande diferença no tratamento pelo gênero, pois o sistema está corrompido”.
Ainda de acordo com a gerente de comunicação, é extremamente necessário que as jornalistas mulheres se unam, pois ainda vivem essa triste realidade na qual têm de conviver como se a figura masculina fosse superior à feminina.
“As mulheres não querem ter mais direitos que os homens ou excluírem o gênero masculino, pelo contrário, querem tê-lo como aliado, não como condutor. Precisa existir um diálogo mais igualitário para haver mudanças e melhora”, concorda Milena.
A palestra está disponível aqui: