Na última sexta-feira, 07 de agosto, ocorreu o encerramento do I Fórum de Aprendizagem Transformadora e Planejamento Pedagógico, evento virtual organizado pela Pró-Reitoria de Graduação (PRGA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Com a palestra Como preparar professores em cenários disruptivos?, os desafios impostos aos professores e impactos provocados por novos cenários nas salas de aula foram abordados, bem como a relação e tratamento com os alunos.
Docentes de todas as unidades acadêmicas da UPM acompanharam o debate, mediado pela pró-reitora de Graduação da UPM, Janette Brunstein, que contou também com a participação do reitor da Universidade, Marco Tullio de Castro Vasconcelos, e do chanceler do Mackenzie, reverendo Robinson Grangeiro Monteiro. Outras autoridades mackenzistas estavam presentes para prestigiar o evento.
O professor Mozart Neves Ramos, titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do IEA USP - Polo de Ribeirão Preto, foi o convidado e palestrante do dia. A fala de Mozart foi apoiada em três eixos: um breve cenário da educação no Brasil, a contextualização do momento atual - não exclusivamente sobre a Covid-19 - e a forma de preparar professores para o mundo que sofre constantes transformações.
Mozart lembrou que “cada aluno é um aluno” e que, em grande parte das universidades do país, o foco da aprendizagem está nas disciplinas que são aplicadas e não nas competências e no projeto de vida de cada um. Segundo ele, ocorre uma produção em série e não há um olhar individual perante os estudantes. “O jovem quer uma universidade que dialogue com o seu mundo”, completou.
A base na formação dos docentes deve seguir três pontos: conhecimento, prática e engajamento. Para ele, a prática é o que mais requer empenho para a construção do professor, pois a formação no Brasil é muito teórica. “Para cada uma dessas dimensões, criamos um conjunto de competências específicas. Hoje, estamos pensando na formação do docente com o desenvolvimento de competências”, disse Mozart, que completou: “Dominar os conteúdos é ponto de partida, não de chegada. Saber como ensiná-los, sim”.
Educação e Pandemia
Para ele, o modelo de educação foi repensado com a situação imposta pela pandemia do coronavírus. As instituições tiveram que se reinventar para oferecer atividades e os professores mudaram completamente a forma de trabalho. “O que vai diferenciar ser um professor são as qualidades humanas. A tecnologia será sempre o meio”, falou.
Um aprendizado deixado por este período de distanciamento é o conceito aluno em tempo integral, apresentado pelo professor, que remete ao ensino híbrido, tanto para a educação básica quanto para o nível superior, no qual o estudante tem a aula da maneira tradicional e, no restante do dia, tem um conjunto de atividades tecnológicas que atendam ao seu projeto de vida.
“Ninguém desenvolve criatividade, pensamento crítico, colaboração em uma sala de aula em que os alunos estão vendo a nuca do colega da frente”, comentou Mozart sobre o modelo de ensino na sala de aula.
Também foi destacada a importância dos cursos livres nesse momento, que na opinião dele, aperfeiçoam e ampliam o repertório do aluno.
Momento cultural
Após o término da palestra do professor Mozart, houve uma apresentação conduzida pelo Maestro Parcival Módolo, com o título Música que Transforma. O Maestro explicou o que é música e a maneira como as partes mexem com o organismo humano. “Ritmo mexe com os nossos músculos, seu pulso cardíaco e respiração mudam. Melodia mexe com a emoção, poderosamente. Harmonia mexe com o intelecto”, disse. Por fim, o Maestro mencionou o projeto Notas Musicais e exibiu uma obra feita pelo Coro Universitário, produzida remotamente e com cada integrante cantando da própria casa.