06.10.2021 Esporte
O mês de setembro foi especial para o jovem Pedro Vinícius Oliveira. Após mais de um ano afastado dos tatames, no dia 12 de setembro ele foi o vencedor de mais uma etapa do Campeonato Paranaense de Jiu-jitsu na categoria meio-pesado, faixa roxa. A medalha de ouro teve um sabor especial pois foi a primeira competição que o atleta disputou após a cirurgia no joelho que fez em março deste ano no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM).
“Emoção enorme voltar às competições depois de mais de um ano sem lutar e cinco meses sem treinar devido a uma lesão no joelho que me levou a fazer uma cirurgia. Agradeço ao doutor Fernando Rosa e toda a sua equipe do Hospital Evangélico Mackenzie por terem feito um ótimo trabalho, sem eles não estaria de volta fazendo o que mais amo”, ressaltou o lutador.
Hoje com 22 anos, Oliveira pratica Jiu-jitsu desde os 15. Natural de Campina Grande, na Paraíba, ele veio morar em Curitiba em 2018 para treinar nas boas academias da capital paranaense. Faz parte da equipe 1 do professor Sebastian Lalli da academia Checkmat. Após dois anos de treino pesado, ele conta que a meta era tirar o visto norte-americano para disputar o Mundial da modalidade em 2020, na Califórnia.
“Infelizmente a pandemia impediu o meu objetivo e as coisas não saíram como eu havia planejado. Em seguida decidi passar um tempo com os meus pais na Paraíba, para matar as saudades”, relembra o lutador.
Lesão
Durante sua estadia na cidade natal, ele seguiu treinando até que sentiu uma entorse no joelho. Retornou para Curitiba e mesmo com o incômodo continuou a treinar, o que foi agravando a lesão. Durante a prática esportiva, o joelho começou a travar, então ele decidiu treinar somente musculação e parou com a luta.
Procurou ajuda médica e descobriu a necessidade de realizar um procedimento cirúrgico. “Estava decidido a fazer essa cirurgia o mais rápido possível, mas meus pais não tinham como pagar, então eu ia no semáforo vender bala todos os dias pra tentar juntar o máximo de dinheiro possível. Falei com alguns médicos, mas sempre diziam que pelo SUS iria demorar muito”, relembra.
Foi quando conheceu o ortopedista do HUEM, Dr. Fernando Rosa. “Ele e a equipe me deram todo o suporte e graças a eles consegui fazer a cirurgia pelo SUS e a recuperação foi um sucesso”, conta Pedro. Participaram do tratamento do lutador o médico especializado em Esporte, Pedro Murara, e o ortopedista especializado em cirurgia do joelho, Marcos Vanzin.
Segundo Dr. Fernando Rosa, o jovem lutador teve uma lesão no menisco conhecida como alça de balde. O menisco é uma estrutura em formato de meia lua, que auxilia no suporte do peso. “A alça de balde é quando ela rompe ao longo de todo o menisco e fica dobrada para o interior do joelho, que sofre um bloqueio e deixa o paciente impedido de esticar completamente a articulação”, explica o médico.
Esse tipo de lesão pode incapacitar o paciente de pisar e muitas vezes uma cirurgia em formato de urgência é necessária para desbloquear o joelho e preservar essa estrutura tão importante à articulação.
Recuperação
O procedimento caracteriza-se por uma sutura no menisco, que leva de 4 a 6 meses para cicatrizar. A recuperação de Pedro Vinícius foi excelente e em julho deste ano ele retornou aos treinos. A cada semana adquiria mais confiança até que veio a primeira competição, na qual saiu vitorioso.
“O mais feliz dessa história é que ele conseguiu desempenhar no mesmo nível de antes da lesão. Em atletas de alta performance, lesões deste tipo podem acarretar limitações de movimento, o que não ocorreu no caso do Pedro. É uma grande satisfação para toda equipe colaborar na carreira de um praticante de esporte de alta performance”, destaca dr. Fernando.
Apoio
Desde que mora em Curitiba, Pedro Oliveira já foi campeão de 11 etapas do Campeonato Paranaense, duas vezes campeão do Curitiba Internacional Open, campeão do Floripa Internacional Open, vice-campeão do Brazil National Pro e terceiro colocado no Campeonato Sul-americano.
Além de treinar pesado, o jovem é estudante de Desenvolvimento Web. Para conseguir recursos para as viagens que faz com objetivo de disputar os torneios, ele promove rifas e aproveita o pouco tempo livre para vender balas no semáforo.
“Ser atleta de ponta é muito difícil, estou buscando apoiadores para seguir focado no estudo e nos treinos. Tenho a meta de lutar no exterior e vou atrás de realizar este sonho. Esforço nunca vai faltar”, garante o campeão paranaense.