A Profª. Drª. Maria de Fátima Aveiro Colares, coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Municipal de Franca (Uni-FACEF), abriu o segundo dia do VIII Fórum de Aprendizagem Transformadora com uma palestra sobre os desafios e as perspectivas da saúde mental entre os estudantes universitários. Ela iniciou sua apresentação levantando a questão: os professores realmente conhecem seus alunos?
De acordo com a docente, quando falamos de estudantes universitários nós nos concentramos nas questões da aprendizagem, deixando de observar o aspecto emocional desses jovens, desconsiderando que ambos estão diretamente relacionados. Os problemas psicológicos no ensino superior são muito comuns, isso se deve às pressões da vida pessoal e acadêmica, que envolvem questões como as mudanças no sistema de ensino, as dúvidas de natureza vocacional e as dificuldades de manutenção do tempo e dos relacionamentos.
Colares afirmou, ainda, que a universidade pode promover o desenvolvimento emocional dos estudantes. No campo da assistência, a professora chamou a atenção para os sistemas de apoio ao aluno, os quais têm a função de ajudar os discentes em diversos momentos de sua formação acadêmica, visando uma melhora na qualidade de vida daqueles que procuram por apoio. No âmbito da pesquisa, ela sugeriu ações que levem a universidade a melhor conhecer seus alunos, com o objetivo de prevenir o suicídio e promover a saúde. Ao final, ela realçou a importância dessa discussão no contexto acadêmico e recomendou que toda a universidade se envolva nessas ações.
A segunda palestrante do dia, a Drª. Meg Jay, Psicóloga de Desenvolvimento da University of California, comentou sobre a educação como intervenção. Durante seu discurso, ela salientou que, apesar de muitos dizerem que aos vinte anos os jovens não têm preocupações, é justamente nessa época que vivenciam seu último pico de crescimento, além de experimentarem grandes mudanças e tomarem a maior parte das decisões que afetarão o resto de suas vidas. Segundo a doutora, é comum que nossas vidas atinjam os índices mais baixos de felicidade entre os 20 e 30 anos, pois nessa época os jovens são cercados por incertezas e acabam sofrendo as consequências psicológicas das pressões sociais, além das expectativas que criam sobre a vida universitária.
A docente também abordou o The Twentysomething Treatment, uma abordagem de saúde substancialmente diferente dos tratamentos convencionais recebidos pelos estudantes. Neste tratamento, ela concentra-se em três abordagens para apoiar a saúde mental dos alunos: educação como intervenção, experiência e expectativa. A ênfase principal recai sobre a educação como intervenção, que inclui o fornecimento de informações adicionais aos jovens sobre seu desenvolvimento e saúde psicológica, capacitando-os a aprimorar sua autonomia e autocuidado.
Por fim, a Drª. Meg Jay aconselhou os estudantes universitários a procurarem um pouco de capital identitário e a analisarem suas escolhas para que reflitam sobre quem estão se tornando, com o objetivo de ajudar em seu processo de autoconhecimento. Ela ainda recomendou que os professores incluam em suas aulas questões reflexivas, relacionem a matéria com questões do dia a dia, abram discussões de classe sobre as vivências na universidade e compartilhem estratégias com os alunos, para que dessa forma eles trabalhem com esses jovens por uma vida mais saudável.
Para conferir as palestras na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=eChqD1POwlQ&list=PLWXawW7HUYidFbK5JrVLjVOy-REjt7M2Y&index=8