Como instigar os professores a inovarem suas aulas?

Mais que novas ideias, a renovação depende de uma mentalidade voltada ao crescimento, além de vivências práticas

18.06.202413h59 Comunicação - Marketing Mackenzie

Como instigar os professores a inovarem suas aulas?

Karina Tomelin, colunista da revista Ensino Superior, comentou, no início de maio de 2024, sobre um relato enviado pela Professora Raphaela Vasconcelos Gomes Barreto. A Professora Barreto afirma valorizar muito o contato com seus alunos e entende o ensino como uma jornada de descoberta mútua. Ela conta que, após uma formação docente em 2018, sua perspectiva sobre seu trabalho em sala de aula mudou drasticamente. Anteriormente centrada na transmissão do conteúdo exigido, passou a priorizar a formação integral dos estudantes.

Essa transformação a desafiou a sair de sua zona de conforto e a se reinventar a cada semestre, pensando em atender às necessidades individuais de cada estudante. No entanto, a docente relata sua constatação acerca da resistência de professores em adotar mudanças semelhantes. Embora muitos expressem o desejo de inovar suas práticas de ensino, poucos estão dispostos a abandonar velhos hábitos. Assim, ela questiona à colunista maneiras de promover essa transformação, argumentando que simplesmente abrir a mente para novas ideias não é o suficiente; é crucial que essas ideias sejam implementadas na prática.

Em resposta ao contexto apresentado por Barreto, Tomelin destaca que o tema abordado é recorrente, sendo explorado por ela em dois artigos anteriores: "Como motivar os professores a aplicarem o que aprendem na formação continuada?" e "Estratégias formativas para desenvolver competências docentes". Para fundamentar seus argumentos, Tomelin recorreu às bases da psicologia e aos avanços recentes nas pesquisas de neurociência e psicologia cognitiva. Esses campos oferecem insights valiosos sobre como criar estratégias eficazes para a formação continuada dos professores e para o desenvolvimento de suas competências.

Além das teorias behavioristas tradicionais, como as de Thorndike e Skinner, a colunista ressaltou teorias contemporâneas sobre o comportamento humano, destacando a complexidade dos hábitos e mecanismos por trás da busca de objetivos. O exemplo pessoal de Raphaela foi usado para elaborar a questão de como contagiar outros professores para aderirem às mudanças. A tendência à inércia foi abordada, destacando-se a dificuldade em iniciar comportamentos novos devido ao esforço requerido. Elliot T. Berkeman foi mencionado por suas pesquisas sobre autocontrole, tomada de decisão e mudança comportamental, explorando as dimensões de “caminho” (habilidade) e “vontade” (motivação). Essas dimensões dão origem a quatro tipos de ações: a rotina simples, a rotina complexa, o simples e novo e o simples e complexo.

Embora nossos cérebros possam mudar ao longo da vida, a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do sistema nervoso central de adaptar-se e moldar-se em frente a novas situações, diminui com a idade, tornando as mudanças mais difíceis. Isso ocorre devido à cristalização de padrões de comportamento e circuitos neurais. Na sala de aula, rotinas consolidadas reforçam vias neurais específicas, tornando certos comportamentos automáticos. Desse modo, mudanças efetivas exigem mais do que apenas abrir a mente para novas ideias; elas requerem prática e vivência para fortalecer novos modelos mentais.

E você, professor, como anda a sua mentalidade frente aos desafios da sala de aula? Para ler a matéria na íntegra, acesse: https://revistaensinosuperior.com.br/2024/05/16/como-trabalhar-a-resistencia-docente-diante-do-novo/