Cultura

Art Déco e Art Nouveau: conheça os movimentos artísticos mais influentes do século XX

08.02.202410h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Com a chegada da Revolução Industrial e novos movimentos culturais, dois estilos artísticos: o Art Nouveau e o Art Déco - que surgiram entre os séculos XIX e XX - marcaram a arquitetura e o visual das grandes cidades. Neste artigo, destacamos a história desses movimentos relevantes para a cultura mundial.

Art Nouveau

Fundado originalmente na Bélgica, o estilo Art Nouveau foi liderado pela burguesia europeia. Seu nome significa "Nova Arte", em francês, e tinha como intuito revolucionar diversos aspectos da cultura moderna, como a arquitetura, design, artes, moda e, especialmente, o design gráfico.

Na Alemanha, o estilo também ficou conhecido como "Jugendstil", ou "Estilo da Juventude". Visualmente, é um dos movimentos pioneiros do período da Belle Époque, e hoje é considerado por historiadores e especialistas um movimento de transição entre o historicismo e o modernismo.

Aos poucos, o movimento ganhou força pela Europa e Estados Unidos. Os artistas que fizeram parte do estilo acreditavam na criação de um nova forma estética que representasse a modernidade de maneira mais adequada, sem o historicismo ou formalidade do início do séc. XIX. Alguns dos nomes de destaque do estilo são os arquitetos Hector Guimard (1867 - 1942), Victor Horta (1861 - 1947), Ernest Delune 91859 - 1945) e o ilustrador Aubrey Beardsley (1872 - 1898).

Suas principais características incluem o uso assimétrico de formas, linhas longas e uma forte conexão com elementos orgânicos e naturais, e o uso de cores vibrantes. A arte do período medieval, aspectos de movimentos populares, a arte japonesa e o estilo rococó foram alguns dos movimentos que serviram como inspiração para os artistas da época, além das obras criadas pelo arquiteto francês Eugène Viollet-leDuc (1814 - 1879) e pelo designer britânico William Morris (1834 - 1896).

Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, o movimento - que incluia diversos aspectos complexos e luxuosos - foi perdendo popularidade. No entanto, nas décadas de 60 e 70, o estilo voltou a ser popular entre os hippies e os adeptos da Pop Art. No cinema, o estilo pode ser observado em filmes como “Meia Noite em Paris (2011)” e “Colette (2018)”.

Apesar de ter sido mais popular na Europa, é possível encontrar aspectos arquitetônicos do Art Nouveau no Brasil. O viaduto da Santa Efigênia, em São Paulo, a Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, e o Teatro Amazonas, em Manaus, fazem parte da história visual do movimento e são listados como Patrimônio Histórico pela Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Art Déco

Também desenvolvido pela classe alta europeia, o Art Déco foi nomeado como "Art Décoratifs", ou "Artes Decorativas" em francês. Seu início pode ser observado antes do início da Primeira Guerra Mundial, porém, foi introduzido ao mundo oficialmente em 1925 na Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, de Paris.

Suas características mais proeminentes incluem um estilo futurístico e luxuoso, que apostava na geometria, ângulos retos e formas longas. Algumas de suas principais inspirações foram artes históricas como as obras egípcias, mesopotâmica e asteca, além de peças resgatadas do período da Antiguidade Clássica e o movimento artístico mais recente Cubismo. Durante seu pico, o movimento foi considerado elegante, funcional e ultramoderno.

O estilo virou referência para espaços públicos como teatros, cinemas, prédios comerciais, estações de trem e outros aspectos menores, como no design de pequenas peças e objetos do dia a dia. Alguns artistas conhecidos por serem referência no movimento são a pintora polonesa Tamara de Lempicka (1898 - 1980) e o artista russo Romain de Tirtoff (1892 - 1990). Na arquitetura, os edifícios e peças artísticas mais famosas são o Empire State Building, em Nova Iorque, e o Teatro dos Campos Elísios, em Paris.

Amplamente associado ao estilo americano “Roaring Twenties” (Anos 20 Felizes, em tradução livre) e o francês “Joie de Vivre” (Alegria de Viver, em tradução livre) dos anos 20, a quebra da bolsa americana em 1929 e a grande depressão durante a década de 30 fizeram com que as peças produzidas pelos artistas da época ficassem mais “tímidas”. Com ainda maiores limitações econômicas, o estilo deixou de vez o cenário popular durante o período da Segunda Guerra Mundial.

Aqui no Brasil, prédios e outras obras arquitetônicas que seguem o estilo Art Déco ainda estão presentes no cenário das grandes metrópoles. Em especial, o Edifício Altino Arantes e o Estádio do Pacaembu, em São Paulo, o Elevador Lacerda, em Salvador, o Cristo Redentor e a Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, e a maioria dos edifícios no centro histórico de Goiânia, são apenas algumas das referências do estilo no país. Já em obras cinematográficas, é possível encontrar referências nos filmes “Metrópolis (1927)” e “O Grande Gatsby (2013)”.

Diferenças

Por ter inícios próximos e intenções similares - unir aspectos da arquitetura, arte, artesanato e design gráfico em um único movimento -, o Art Nouveau e o Art Déco foram, muitas vezes, comparados por críticos e especialistas. No entanto, as referências visuais para cada um destes estilos é extremamente diferente: enquanto o primeiro puxa de formas da natureza como insetos e plantas exóticas, o segundo reflete aspectos geométricos da grande cidade.