Bibliotecas físicas na era digital

Integradas à dinâmica escolar, ainda que na era digital, as bibliotecas exercem um papel preponderante na formação de cidadãos críticos e bem informados

13.07.202014h07 Comunicação - Marketing Mackenzie

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O escritor argentino Jorge Luis Borges, que escreveu toda a sua vasta obra no século XX, dizia: “Sempre imaginei que o paraíso seria uma espécie de biblioteca.” Mas será que hoje, em plena era digital, as bibliotecas físicas ainda exercem toda essa importância? Será que elas ainda despertam o interesse das pessoas, uma vez que tanto conteúdo é acessível por meio de plataformas online?

Para Lucimara Leite Machado Soriano, bibliotecária Sênior e coordenadora da Biblioteca da Educação Básica do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) Tamboré, a biblioteca é fonte de conhecimento inigualável, por meio de um ambiente rico e acolhedor, com acervo variado, disponível e acessível aos seus usuários. “Ela se torna atrativa de diversas formas para leitores em potencial ou não. É possível que o estudante recorra aos livros para incrementar suas pesquisas escolares e aí são vislumbrados pela variedade de fontes confiáveis que nela existe”, analisa.

Para a bibliotecária, considerando que a leitura é o elemento essencial na formação de qualquer cidadão, o papel das bibliotecas escolares é de suma importância para que tenhamos uma sociedade crítica, diante de situações e perspectivas sociais. “Elas transcendem os muros da escola, pois é fora dela onde os novos desafios os esperam, e com a bagagem proporcionada através do acesso ao livro, ela melhora seu repertório de vida, aprimora sua aprendizagem e possibilita utilizar suas habilidades e competências para aprender sobre o mundo”, argumenta.

De acordo com a coordenadora, as inúmeras bibliotecas virtuais podem, sim, ser fontes e suprir as necessidades dos estudantes, desde que esses estudantes tenham clareza das fontes de pesquisa, se são confiáveis ou não. “Vivemos em uma era digital, sempre esperando as transformações e aguardando o que virá de novo. O filósofo Mario Sergio Cortella nos apresenta com sua ilustre frase que, ‘Não basta ter informação, é preciso saber o que fazer com ela’. É inegável que o acesso à internet tem colaborado para a rapidez das informações, mas, finalizando com a frase de Cortella, ‘A gente não necessariamente tem abundância, tem excesso.’ E em todo excesso, existem informações incorretas e não confiáveis, os denominados “fakes”.

Extensão da sala de aula

Lucimara pondera que a biblioteca coopera com a sala de aula e ambas estão ligadas ao desenvolvimento dos alunos e também dos educadores. “Elas estão integradas à toda dinâmica escolar devido à diversidade de acervos literários que atendem desde a criança, ao adolescente e aos representantes da escola”, esclarece.

 “As bibliotecas promovem ferramentas de fonte e são elo de troca entre professor e aluno, objetivando a criança ao estímulo e ao prazer da leitura, além de fornecer informações e ideias para sua comunidade educacional”, reforça.

Outro ponto importante, defendido pela coordenadora, é a valorização do profissional de Biblioteconomia, que deve fazer a conexão das informações com a comunidade educacional. “Os bibliotecários devem ser competentes no planejamento de técnicas de uso da informação e apoiar os professores e alunos em sua evolução. Deve existir uma cooperação entre os bibliotecários e professores em favor do aluno, visto que existe uma forte ligação entre o desempenho dos alunos e as bibliotecas escolares”, avalia.

Modernização

Grandes são os desafios de hoje para que as bibliotecas continuem despertando interesse e cativando seu público. Com o advento da tecnologia e a facilidade de acesso a ela, as bibliotecas têm que se esforçar, inovar e mostrar que também acompanham as mudanças. “No Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré Internacional propagamos a leitura por meio de redes sociais, realizamos lives com os autores, promovemos a contação de histórias, leituras, instigamos a vontade no aluno a conhecer cada vez mais o que as bibliotecas têm de novidades”, diz Lucimara.

“Compete a elas ser ativa, dinâmica e participativa no seu contexto. Precisam também entender o novo público, acompanhar sua evolução e necessidades, trazer a tecnologia para dentro de si e usá-la da melhor forma, para que um acervo complemente o outro”, esclarece.

“A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento”. Tg 3:17.