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Colégio Mackenzie Brasília promove intercâmbio cultural com refugiados afegãos

Alunos conhecem a realidade de quem precisa deixar sua pátria e buscar abrigo em terras estrangeiras

28.04.202315h06 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Nos últimos meses, os alunos do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) Brasília foram incentivados a repensar as relações humanas na perspectiva da diversidade cultural e racial. Os jovens do 8º ano do Ensino Fundamental estiveram focados em um projeto baseado no livro “Meu Nome é Parvana” e participaram, no dia 13 de abril, de uma conversa com uma família afegã que se refugiou no Brasil.

O objetivo principal da atividade foi ampliar a visão de mundo dos mackenzistas ao terem contato com duas histórias reais do Afeganistão: a do livro e a que foi contada durante a palestra. Além disso, a viagem literária foi uma oportunidade para aumentar o repertório cognitivo deles, agregando conhecimento nas áreas sociais, culturais, econômicas, geográficas e históricas.

A professora de Literatura, Elaine Santos, explicou que falar de uma realidade diferente exercita a imaginação dos adolescentes. “A curiosidade foi estimulada em todos os momentos do projeto com atividades variadas: pesquisas, apresentações, jogos, intertextualidade com outros livros”, disse.

Os alunos, que foram divididos em grupos e orientados a aprender mais sobre o país utilizando a biblioteca do Colégio, percorreram um longo caminho sobre a percepção do contexto dos imigrantes. “Foram diversas estratégias até chegar o momento de ver uma família afegã, como a retratada no livro”, comentou Santos.

Família Afegã, abrigo brasileiro e recepção Batista

A estudante Carolina Barros, do 8º ano D, tem ascendência afegã e contou sobre a história de seus familiares afegãos, que chegaram ao Brasil há pouco mais de três meses. O pai, o senhor Herbert Barros, assim que soube da ideia, logo concordou em apresentar a família que escolheu o nosso país para se refugiar.

Os irmãos da jovem, tiveram de sair de sua terra natal após o Talibã tomar o poder. Um deles, Shabir Ahadi, é diplomata e escreveu diversos artigos contra o grupo fundamentalista. A decisão de vir para cá aconteceu devido à fama que os brasileiros têm ao redor do mundo de serem um povo acolhedor.

Os relatos dos imigrantes são de felicidade após serem recebidos pela Igreja Memorial Batista de Brasília. A receptividade, típica do nosso povo, encantou os estrangeiros. Atualmente, os migrantes estão aprendendo português e trabalhando em um salão na região do Lago Sul.

Meu Nome é Parvana

O livro foi selecionado pela professora justamente por se assemelhar com a situação vivida pelos familiares da aluna Carolina. Na obra, tem-se o retrato atual do que vivem os cidadãos do Afeganistão, que há muito sofrem com o autoritarismo do grupo fundamentalista Talibã.

Parvana é uma jovem de 15 anos que pertence à uma família que deseja criar uma escola para mulheres. Por ser uma iniciativa contrária aos princípios de extremismo islâmico do regime, ela acaba sendo presa enquanto a mãe é assassinada. Ao sair da prisão, Parvana é resgatada e torna-se uma refugiada, como tantos outros resgatados.

“Trabalhar literatura na escola não é fácil, mas quando as obras transcendem as páginas e a história passa a ser significativa, aquela mensagem provoca mudanças que ficarão para sempre na memória. Conhecer a família é também conhecer Parvana por uma experiência real e o que torna esse momento fundamental”, afirmou Elaine.

O retorno foi positivo. A professora ouviu dos jovens que, desejando outras atividades do tipo, gostaram da experiência e guardarão para sempre essa lembrança. Uma das estudantes escreveu e entregou o seguinte poema aos refugiados afegãos:

“Quando a vida lhe der um tombo forte e sua alma sangrar,

Quando esse mundo frio a ferir ou a esmagar...

É hora de RECOMEÇAR.

Recomece a LUTAR.

Quando tudo ficar escuro e nada a iluminar,

Quando tudo for incerto e você só duvidar...

Recomece a ACREDITAR,

Pois um dia a paz virá

E tudo se iluminará”.

Isabela Taveira - 8°ano C