Criatividade e inovação dentro da sala de aula

Confira a entrevista com Leo Burd, do MIT, orientador do programa MackMaker

21.08.201817h23 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Desde o início de 2018, o Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) abriga o Espaço MackMaker, um programa de aprendizagem criativa em parceria com a Faber-Castell. O espaço, que abrange turmas do 1º ano do Ensino Fundamental, é um universo dinâmico onde as crianças dão continuidade ao aprendizado das matérias lecionadas em sala de aula, podendo colocar em prática, de forma criativa e lúdica, os conhecimentos estudados de maneira teórica.

O programa recebe orientações do pesquisador brasileiro Leo Burd, diretor do Programa de Aprendizagem Criativa Lemann do Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). Confira a conversa que tivemos com Burd sobre MackMaker, aprendizagem, inovação, criatividade e muito mais!

Quais as diferenças entre a aprendizagem criativa e a tradicional?

Há muitas diferenças entre a aprendizagem criativa e o modelo de educação tradicional. De uma forma geral, enquanto o modelo tradicional de ensino foi criado para uma época na qual as pessoas se preparavam para carreiras profissionais mais estáticas e previsíveis, a aprendizagem criativa é mais adequada para os tempos modernos – no qual o conhecimento se transforma a todo momento e as pessoas desenvolvem os próprios caminhos profissionais. Enquanto a educação tradicional foca no professor e na aquisição de conteúdos, a aprendizagem criativa é mais focada nas características e interesses de cada aluno, no incentivo à expressão pessoal, na colaboração, e na exploração livre de materiais, técnicas e conteúdos.

Como conscientizar as crianças de que soluções criadas no espaço MackMaker podem ser aplicadas no “mundo real”?

Ao trabalharmos os interesses de cada aluno, as pontes com o cotidiano se fazem naturalmente. Essas pontes também são fortalecidas com as dinâmicas desenvolvidas no espaço, os exemplos mostrados na sala, e as discussões feitas durante e após as sessões. Se perguntarmos às crianças, é incrível a diversidade de usos e aplicações que elas enxergam para o que aprenderam. Também vale notar que o aprendizado que ocorre no Espaço Maker não se limita a ele. Se o tema explorado no espaço for o da Floresta Encantada, por exemplo, nada impede que uma professora de Português peça para as crianças escreverem sobre um dia na vida das criaturas mágicas, ou para uma professora de Geografia convidar os alunos para criarem um mapa da floresta.

Como você vê esse investimento do Mackenzie neste tipo de educação?

O investimento do Mackenzie é muito inspirador. Ainda que haja uma necessidade clara por um modelo educacional que esteja adequado aos nossos dias, poucas são as escolas que têm feito progresso neste sentido. A equipe do Mackenzie está fazendo um trabalho fantástico. Tenho certeza de que ele irá inspirar muita gente!

Quais os benefícios que a aprendizagem criativa traz a longo prazo?

A longo prazo, esperamos que a aprendizagem criativa ajude a desenvolver pessoas mais criativas e confiantes, preparadas para lidar com os desafios da vida moderna e ter sucesso no que quer que optem por fazer.

Este tipo de aprendizagem também funciona em outros níveis educacionais, como o Ensino Médio, graduação, etc.?

Sim! Para se ter uma ideia, todo o trabalho que é feito no MIT Media Lab, um dos centros de pesquisa mais inovadores do mundo, é realizado com base na aprendizagem criativa. Lá, vemos centenas de alunos de graduação e pós-graduação criando e colaborando em projetos super futuristas que vão desde a ópera do futuro até computação orgânica, robótica molecular, e muito mais.