Cultura

Patrono das Comunicações, Rondon é homenageado em livro

Em comemoração ao 05 de maio, relembramos da obra de Maurício Meneses

05.05.202309h00 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Para celebrar o Dia do Patrono da Comunicações, em 05 de maio, trazemos a lembrança do livro da Editora Mackenzie, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Rondon: O Marechal da Paz. Escrito por Maurício Melo Meneses, o livro já conta com mais de 7 mil exemplares vendidos e tem chegado, principalmente, aos jovens, utilizando a filatelia como meio lúdico para quebrar qualquer resistência à leitura.

A saga do militar Rondon e suas histórias de desbravamento do território nacional são os principais ingredientes da apresentação do patrono das comunicações. De pano de fundo, a práxis humanista de preservação dos povos indígenas mostra um avanço moral para a época, que é ainda mais importante do que as conquistas tecnológicas.

O livro de Maurício Meneses reflete cada uma dessas e muitas outras visões que se pode ter de Rondon, um herói sui generis, que, para não matar, nem deixar que se matasse um só homem, preferiu encarar 100 vezes a morte. “Apresentamos aos leitores uma biografia única do Marechal Rondon, que não pretende ser exaustiva nem extremamente detalhada, mas almeja ser marcante em cada uma de suas páginas”, afirma Meneses.

O autor, apaixonado pela história do "herói da paz", se diz orgulhoso do livro ter contribuído com informações que puderam inspirar jovens, até mesmo em temáticas na última prova do Enem.

Também demonstraram-se admiradores do militar ao longo da história figuras como Theodore Roosevelt, ex-presidente norte-americano, que ficou encantado com os conhecimentos científicos do marechal; o antropólogo Darcy Ribeiro, que ressaltou a ética pacifista: “morrer, se preciso for, matar, nunca”; o poeta Carlos Drummond de Andrade, que lembrava de Rondon em seus poemas; Manuel Bandeira, que descreveu a vida de Rondon como um “conforto para todo brasileiro”; além do físico Albert Einstein, que indicou o brasileiro para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz.

Ideal Incomum

Militar, sertanista, indigenista e professor, Rondon foi imortalizado à frente da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas. Esse seu pioneirismo para a expansão das comunicações torna ainda mais relevante a escolha da filatelia como uma das linhas narrativas utilizadas por Maurício Meneses. Afinal, a instituição da reforma postal e do selo postal brasileiro em 1º de agosto de 1843 abriu o caminho para outras significativas modernizações que viriam a partir do estabelecimento do Segundo Reinado, o que incluiu a implementação dos telégrafos, em 1857, e do telefone, 20 anos depois.

Foi neste contexto, e em meio ao fervilhar dos movimentos abolicionistas e de integração nacional que, em 1865, na sesmaria de Morro Redondo, Campos de Mimoso, no distrito de Santo Antônio do Leverger, Mato Grosso, nascia Cândido Mariano da Silva Rondon. Meneses conta que, desde muito jovem, o biografado, que descendia, por parte de mãe, de índios terenas e bororos, já expressava um “ideal incomum para sua época: o desejo constante de implantar em seu Estado natal uma rede telegráfica que ligasse todos os povoados mais longínquos à capital”.

“O grande pensamento da juventude de Rondon foi levado a cabo”, segue o autor, pois o futuro Marechal mato-grossense não apenas ligou entre si os longínquos rincões de Mato Grosso como também conectou as regiões Centro-Oeste e Norte do país ao Rio de Janeiro, então capital da República, solucionando os antigos e preocupantes problemas de comunicação e segurança daquelas partes da nação.

Tamanho conhecimento adquirido em suas andanças pelos sertões fez com que as contribuições do “patrono das comunicações do Brasil”, como é conhecido, excedessem o trabalho de unificação do território via instalação de redes de telégrafos. De 1927 a 1930, Rondon foi o responsável por inspecionar as fronteiras brasileiras, do extremo norte do país até as divisas com Argentina e Uruguai. O legado dessa contribuição pode ser identificado em expressão cunhada pelo próprio Rondon: “do Oiapoque ao Chuí”, que faz referência a estes dois municípios, o primeiro no ponto mais setentrional do território brasileiro, no Amapá, e o segundo, no mais meridional, no Rio Grande do Sul.