No último dia 21 de novembro, o Núcleo de Governança Energética do Mackenzie Integridade (Centro Mackenzie de Estudos Avançados em Políticas Públicas e Políticas de Integridade - CEMAPI) realizou o Congresso Nacional de Transição Energética e Economia Verde. O evento discutiu políticas públicas que estimulam negócios de baixo carbono e cuidados urgentes para os ecossistemas socioambientais. Para assistir a transmissão acesse o Canal do Youtube.
“Já somos um país com a melhor performance de energia renovável do mundo. A energia tem um paralelo com um dos valores do Mackenzie, que é a comunhão, porque esses projetos nos unem e nos aproximam. O Mackenzie deseja contribuir para que essas realidades sejam trabalhadas no meio acadêmico”, afirmou o presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), Milton Flavio Moura.
Em seguida, a secretária executiva do Mackenzie Integridade, Cácia Pimentel, apresentou o Núcleo de Energia, Sustentabilidade Inovação. “Fizemos estudos sobre temas importantes da transição energética durante nove meses. Agora apresentamos nossos resultados, teses, estudos científicos e informações numa plataforma, ainda em construção, disponível no Portal Mackenzie, que pode ser acessada por qualquer pessoa”, mencionou.
O evento foi dividido em dois painéis. O Painel 1, intitulado Oportunidades para a Transição Energética, contou com a presença de destacados profissionais, como Maria Emília Peres, líder de Sustentabilidade e Clima da Deloitte; Eduardo Bastos, sócio da Gestora de Fundos de Investimentos 10b; e Karen Talita Tanaka, gerente global de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas da Ambev.
“A nossa grande oportunidade é de nos tornarmos um país exportador de produtos com grande valor agregado como por exemplo o biocombustível, e do hidrogênio verde. Por isso as políticas públicas são essenciais para que o Brasil avance nesse aspecto”, destacou Maria Emília Peres.
De acordo com ela, o Brasil é a matriz energética mais limpa do mundo, e por isso tem potencial de liderar a revolução climática que está por vir. Ela explicou que de fato estamos inovando, mas precisamos potencializar nossos agentes sustentáveis para chegar no nível necessário de sustentabilidade.
Em complemento, Eduardo Bastos mencionou que devemos considerar a oportunidade de receber a COP em Belém para mostrar nossos avanços e estudos. “Ainda temos quase um bilhão de pessoas passando fome no mundo, enquanto outro bilhão de pessoas é obesa. Devemos nos perguntar o que queremos para 2050, mas sempre implementando novas metas”, enfatizou.
Para Karen Tanaka, a sustentabilidade não se trata de competição. É preciso lembrar e focar nas urgências climáticas que temos na atualidade. De acordo com ela, 80% da energia no mundo ainda vende óleo, por isso precisamos triplicar renováveis, duplicar a eficiência energética, acelerar a eletrificação e cortar emissão fugitiva de metano até 2030.
Já no Painel 2, intitulado Economia Verde, Transição Energética e Infraestrutura, participaram da discussão os convidados Guilherme Arantes, gerente setorial de Energia na Área de Transição Energética e Clima do BNDES; Savana Fraulob, gerente de Inteligência e Articulação da Petrobras; e Viviane Otsubo Kwon, co-head de Inovação Sustentável do Santander Brasil.
“A Petrobras deseja falar desse tema de forma inclusiva, alcançando o aspecto social. Uma das coisas que sempre nos questionam é como faremos essa transição se lidamos com óleo e gás. Nós não precisamos virar a chave de uma vez, é possível combinar tecnologias para trabalhar por uma energia mais renovável sem ‘desfossilizar’ a indústria”, afirmou Savana Fraulob.
De acordo com ela, a Petrobras tem a meta de descarbonizar as operações até 2050. Nesse sentido, a empresa tem estudados os tipos de negócios possíveis para diversificar a energia utilizada nos processos. Além disso, a empresa desenvolveu um produto de asfalto que tem 30% menos de emissão, e está criando um combustível marítimo com uma nova tecnologia mais renovável.
Guilherme Arantes comentou que o Brasil ainda precisa tratar suas questões sociais. “Não podemos deixar de aproveitar o gás natural, porque ele ajudará o processo de descarbonização das indústrias. Se o Brasil tem condição de produzir a energia fóssil de forma mais sustentável, por que não? Se equilibrarmos com um investimento mais intenso em energia renovável conseguiremos atender essa demanda reduzida”, enfatizou.
Ao final do evento, o ex-chanceler do Brasil e ex-ministro da corte de Haia, professor Francisco Rezek realizou uma breve fala seguindo as pautas abordadas anteriormentes. "O mais ultrajante dos poluidores é a indústria armamentista. A qual os governos mais gostam de investir. É preciso portanto que não percamos de vista a relatividade da importância do plano ético. Deveriamos consagrar uma parte das nossas energias a dar um alcance mais ecumenico a nossa compreensão do que é preciso fazer para evitar a contaminação do mundo, de tudo o que pode destruí-lo", refletiu.
O evento ainda contou com a presença do chanceler do Mackenzie, Robinson Grangeiro; do pró-reitor de Extensão e Cultura, Cleverson pereira, representando o reitor Marco Tullio; do diretor de educação do IPM, Jose Paulo Fernandes; do diretor da Faculdade de Direito (FDir), Gianpaolo Poggio Smanio; do professor da FDir Fabiano Pepeam; do coronel aviador e diretor do Instituto de Logística da Aeronáutica, Francisco Alexandre Coimbra; e do presidente do Conselho de Administração da Usina Santo Antônio, Solange Davi.