Sustentabilidade. Esta é a palavra da moda e pode ser traduzida como um princípio que prega o uso dos recursos naturais para fins de satisfação das necessidades da geração atual, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Para o seu cumprimento, é necessário que seja capaz de integrar questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais. Esta última, aliás, tem dado o que falar ultimamente. Nunca o tema “meio ambiente” esteve tanto em pautas de discussão quanto de uns anos para cá e, dentro desse tema, um tópico em particular vem recebendo a atenção das nações mundiais: a questão das mudanças climáticas.
De acordo com um levantamento preliminar realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), as temperaturas globais de 2016 encontram-se aproximadamente 1,2ºC acima, se comparados aos registrados em níveis anteriores ao período da Revolução Industrial. Para tentar evitar que a situação do planeta chegue a um nível irreparável, protocolos e leis ambientais foram criados com o passar dos anos, e foram assinados por várias nações, que se comprometeram a tentar reduzir a produção e emissão de poluentes na atmosfera. Assinar um termo é fácil; cumpri-lo, no entanto, nem sempre é.
Países como o Brasil, por exemplo, que é um país emergente, apresentam dificuldades com o cumprimento dos acordos que assinou. Dificuldades essas que, segundo o professor Reinaldo Dias, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, são as mesmas que todos os outros países emergentes enfrentam. “Tudo começa com a dificuldade de implementação das leis; isso é devido à corrupção, a ignorância e ao desafio explícito referente às exigências legais por parte de empresários inescrupulosos que buscam avidamente aumentar seus lucros em detrimento da sociedade como um todo”, explica. Dentre os acordos e protocolos assinados pelo Brasil estão o Protocolo de Kyoto, o Acordo de Paris e o Acordo de Kigali.
O Brasil possui leis que regem esse assunto, no entanto, não funcionam efetivamente. “Nós temos uma das legislações mais avançadas do mundo no que diz respeito ao meio ambiente, no entanto, o seu cumprimento deixa muito a desejar”, alega o professor. Questões como desapego ao cumprimento legal, corrupção, falta de funcionário e preparo deles, são fatos que dificultam o desenvolvimento de ações. “O fato é que cada vez mais iremos enfrentar eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas, serão mais intensos e de maior duração como ondas de calor, incêndios, ciclones, tornados e furacões, chuvas torrenciais provocando inundações cada vez mais destrutivas. É importante a conscientização para que as pessoas estabeleçam a ligação do que fazem no seu cotidiano com o aquecimento global. São milhões de ações individuais que serão decisivas para o nosso futuro”, conclui Reinaldo.