17.07.2020 - EM Atualidades
Tecnologia demais quer dizer, na maioria das vezes, menos esforço e bem menos atividades físicas. Para dimensionarmos isso, basta comparar a infância de hoje, plenamente tecnológica, com a de 40 anos atrás. Brincadeiras como pique-esconde, mãe da rua, rouba-bandeira, queimada e polícia e ladrão, que faziam a meninada produzir muitos hormônios importantíssimos e ainda gastar milhares de calorias a cada dia, foram substituídas por devices tecnológicos que só demandam o movimento dos polegares.
Além disso, passamos a descascar menos e a desembalar mais, ou seja, abrimos mão da comida fresca e optamos pela comida processada, bem mais prática, porém desbalanceada e muitíssimo menos saudável.
O resultado dessa equação, claro, foi o crescimento do índice de obesidade da população. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, as notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional revelam que, em 2019, 16,33% das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos estavam com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentavam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.
Como se trata de um problema coletivo, o combate à obesidade requer, portanto, a participação e o engajamento de vários atores sociais e a escola é um deles. Para Adailton Scander Sant´Anna, educador físico e coordenador de Esportes do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília Internacional, o professor de Educação Física tem a responsabilidade de apresentar atividades físicas a uma criança, mostrar a importância do exercício físico como uma forma de prevenir a obesidade e o aparecimento de outras doenças e também de mostrar a importância da educação alimentar. “Na escola, encontramos um ambiente apropriado para termos trocas de informações relacionadas à saúde, muito em função de um período longo de convivência e aprendizagem. A educação física deve ser somada à educação direcionada à saúde”, alerta Adailton.
Como a genética não é o único motivo do sobrepeso na infância, o educador enfatiza que é preciso estar atento aos hábitos das crianças e também ao comportamento dos pais, que podem errar na alimentação fornecida em casa e não estimular a prática de atividades físicas. Para Adailton, o fato de a obesidade ser considerada uma patologia multifatorial e de alto grau de complexidade, o seu combate deve ser multi e interdisciplinar e, principalmente, deve contar com o protagonismo dos pais. “A mudança de hábitos em casa pode ser o começo de uma nova vida para todos, além da do próprio filho”, pondera. “Além de tudo isso, é sempre importante ressaltar a máxima de que ‘se não tivermos tempo’ para a prática do exercício físico agora, teremos que arrumar um tempo para irmos ao médico no futuro”.
“ O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo.” Pv 20:27.