Na manhã do dia 31 de janeiro, ocorreu o encerramento da XVII Semana de Preparação Pedagógica, realizada pela reitoria da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), com a mesa Preservação Ambiental e suas Consequências: Mito ou Realidade. A banca foi formada por Eduardo San Martin, presidente do Conselho Superior de Meio Ambiente da FIESP e o professor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Magno Botelho Castelo Branco. Já a mediação foi feita pelo reitor Benedito Guimarães Aguiar Neto.

No começo do evento, que aconteceu no Auditório Ruy Barbosa do campus Higienópolis, o reitor agradeceu o empenho e o engajamento do corpo docente e dirigente da UPM na realização de mais uma semana pedagógica e mencionou a importância de trazer aos professores um debate que faz parte do dia a dia de cada cidadão. “Um dos grandes enfoques, quando falamos nesse assunto, é o aquecimento global e as mudanças climáticas pelas quais passamos”, diz. 

Benedito ainda mencionou a preocupação dos cientistas com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que tem como maior intuito fornecer aos formuladores de políticas: avaliações científicas sobre as mudanças climáticas, implicações e riscos; opções de adequação e redução. 

Segundo publicação no site da Worldwide Foundation (WWF), as concentrações de Dióxido de Carbono, o CO2 na atmosfera aumentaram em 31% desde a Revolução Industrial e este gás é considerado o responsável por mais de 80% da poluição que gera o aquecimento global. 

Para Eduardo San Martin, a temática ambiental precisa chegar ao conhecimento da população. “É um grande contribuição da Universidade, afinal permite que a rede de docente transmita conhecimento para a rede discente, assim que começar o ano letivo”, comenta. 

Segundo Martin, o impacto ambiental está diretamente relacionado ao risco que ele representa para a vida das pessoas. Por isso, ele entende que a comunicação sobre as mudanças climáticas deve ser diferente.

 “Se de um lado temos problemas ambientais, do outro temos uma sociedade que desconhece esses problemas ambientais, muito embora os defensores da sociedade estejam inseridos no problema ambiental”, declarou San Martin. 

Mudanças climáticas 

Para caracterizar o clima, como explica Magno Botelho, é necessário realizar um estudo da temperatura média da terra, no período de no mínimo 30 anos para poder afirmar as mudanças climáticas. “Somado a isso, temos a elevação do nível do mar, por dois fatores: derretimento da geleira e expansão térmica dos oceanos”, explica. Além disso, ocorre alteração do padrão pluviométrico, o que entende-se como o padrão de chuva, que afeta diretamente regiões já adaptadas a um determinado tipo de regime hídrico.  

Os impactos são inúmeros. De acordo com o estudo “Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde, em dez anos, o número de mortes classificadas como consequência da poluição do ar aumentou 14%. Em 2006, foram 38.782 e em 2016 44.228. Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde a estimativa é que anualmente aconteçam 4,2 milhões de mortes prematuras com relação à poluição do ar, em todo o mundo.

“Então, quando pensamos em produções, da maneira que produzimos, essa questão vira uma questão de saúde pública”, complementa o professor Magno. Além disso, os países em desenvolvimento serão mais afetados “afinal, temos menos dinheiro para políticas que serão necessários futuramente”.

“Todos os países do mundo emitem gases de efeito estufa, e estão contribuindo para mudanças climáticas”, finaliza Magno.

Homenagem

No fim do evento, o reitor da UPM, Benedito Guimarães Aguiar Neto, foi homenageado pelo tempo em que esteve à frente da instituição. Ele recebeu uma placa comemorativa e uma caricatura, após a leitura de um texto que explicitava os principais feitos da gestão do reitor, como a criação do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), no campus Campinas ,e a implantação definitiva dos cursos à distância da UPM. "Não é possível falar de 9 anos em alguns minutos, mas o que se pode afirmar é que o Senhor Deus deu à UPM dias operosos, felizes e de sensível progresso sob a gestão do magnífico reitor", dizia o texto. Benedito Guimarães deixará o comando da reitoria da instituição no começo de fevereiro para assumir a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação. 

 Além de Benedito Guimarães, toda a equipe da reitoria foi homenageada, incluindo os pró-reitores e diretores das unidades acadêmicas. 

*Foto capa: Magno Botelho Castelo Branco. Crédito: Wilson Camargo/NTAI.