Há mais de dez anos que o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) trabalha diversas iniciativas ambientais, entre elas, a reciclagem. Desenvolvida em todos os campi, cada unidade mantida tem sua característica e projetos específicos. O Mackenzie Rio, por exemplo, coleta e recicla todos os canetões usados; o Colégio Tamboré separa os papéis gerados nas salas de aula do Ensino Fundamental 2 e Médio; e, no campus Higienópolis, todo papelão gerado pelo almoxarifado e lojistas é encaminhado para um projeto social.
Como há variação constante na geração de resíduos, não há uma média específica de reciclagem, no entanto, para se ter uma ideia, só no campus Higienópolis, que possui o maior número de alunos e a geração de resíduos mais expressiva, são encaminhados, mensalmente, 7,5 toneladas de material reciclável, totalizando mais de 90 toneladas ao ano.
Ainda nesta unidade, há uma parceria com a Eletropaulo na operação de um Ponto de Entrega Voluntária (PEV), na entrada da rua da Consolação, 930. Desta forma, pessoas do entorno podem trazer seus recicláveis e obter descontos na conta de energia elétrica fornecida pela concessionária. Em 2017, o PEV recebeu cerca de 61 toneladas de recicláveis da comunidade.
“Dos tipos de material, os que mais descartamos no Mackenzie são: papel (30%), seguido do plástico (10%). Orgânicos e rejeitos (materiais que devem ir para aterro) representam, aproximadamente, 29,5% cada; Metais representam 1% e vidros não têm um valor significativo”, diz Victor Perez, analista de sustentabilidade do Mackenzie.
Cada tipo de material exige um processo de reciclagem distinto, demandando equipamentos e mão de obra especializada para cada material. Por esta razão, o Mackenzie conta com parceiros (cooperativas e projetos sociais) que se responsabilizam pela retirada destes materiais e realizam a triagem e venda para grandes recicladores, mas já se avalia a possibilidade de se tratar os resíduos orgânicos internamente. Segundo conta Perez, “o processo é mais simples e rápido do que a reciclagem de plástico, por exemplo”.
Envolvimento
De acordo com ele, existem muitas pessoas envolvidas com a questão de reciclagem em todos os campi. “Temos as cooperativas e projetos sociais que recebem os materiais, as equipes de limpeza que fazem as coletas, professores que realizam pesquisas a partir de resíduos gerados e, em última análise, todos os alunos estão envolvidos, na medida em que descartam os resíduos corretamente ou participam como voluntários”, afirma.
Ele se refere às campanhas pontuais que ocorrem nos colégios, faculdades e universidade divulgados por meio do Mackenzie Voluntário, além das muitas pesquisas e trabalhos acadêmicos relacionados ao tema, inclusive financiados pelo MackPesquisa.
Nestes casos, o convite é realizado pelos próprios professores que coordenam os projetos. “Nossa intensão para os próximos anos é ampliar os espaços de debate a respeito do tema e fortalecer a comunicação das ações entre os alunos e funcionários”, pontua.
Como exemplo de voluntariado, ele cita a ação desenvolvida em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, que coletou todo o lixo gerado pelo campus Higienópolis durante dois dias e triou mais de 1,5 tonelada de materiais. “Este trabalho apontou o potencial de reciclagem do Mackenzie e as necessidades de ajuste nos processos para garantir que apenas os rejeitos sejam destinados ao aterro. Estas informações constarão no Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos que será publicado e implementado até o final de 2018”, completa Perez.
Plano de Gerenciamento
Ele conta que está em elaboração o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. A iniciativa terá início no campus Higienópolis, expandindo a outras unidades conforme for se consolidando. “O Plano será implementado até o final de 2018 e gerará um documento para orientar todo processo de coleta e destinação de resíduos, desde os geradores (alunos, professores e funcionários), passando pelas equipes de limpeza e parceiros que realizam, de fato, a reciclagem”.
Além disso, a proposta visa que todos os ambientes – áreas administrativas, salas de aula, laboratórios, praças de alimentação e áreas de convívio – possibilitem o descarte segregado nas categorias de “recicláveis” e “não recicláveis”, com lixeiras específicas. Como cada campus apresenta uma realidade distinta, a proposta do Plano é criar padrões e reduzir ao máximo o volume de materiais enviados para aterros sanitários.
O que recicla, o que não recicla?
Como conta Perez, uma dificuldade existente é no descarte de líquidos. As embalagens de refrigerante, sucos e outras bebidas podem ser descartadas como recicláveis, pois são feitas de metal, plástico, papel ou tetrapak. O problema é quando sobra líquido dentro das embalagens, pois ele contamina os recicláveis, sobretudo o papel. Nestes casos, a recomendação é que as embalagens com bebidas que possam derramar sejam descartadas com os “não recicláveis”.
Além destes, as bitucas de cigarro, chicletes, guardanapos sujos de molho ou gordura, e lenços de papel também devem ser considerados como “não recicláveis”.
Outras medidas sustentáveis
O Mackenzie tem trabalhado bastante para redução do consumo de água e melhoria na eficiência energética também. As unidades em Higienópolis, Alphaville e Campinas já possuem redutores de vasão de água em praticamente todas as torneiras e vasos sanitários, além de monitoramento periódico de vazamentos. Em Higienópolis, todas as lâmpadas fluorescentes serão substituídas por LED até o final de 2018 e Alphaville tem um grande projeto para instalação de placas solares em andamento.